IO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – Menos treinos e agenda lotada, mas muito confiante e mentalmente leve. Assim chega Tatiana Weston-Webb para o WSL Finals após conquistar a inédita medalha de prata nas Olimpíadas de Paris. Na decisão em Trestles (EUA) que pode acontecer nesta sexta (6), ela tem a chance de se tornar a primeira surfista brasileira da história a ser campeã do mundo.
Estou em um momento muito bom na carreira, com muita confiança. Me sentindo leve, super bem e minhas pranchas estão ótimas. Estou gostando muito do meu surfe. Então, é só encaixar e fazer boas decisões no dia. Tem chance! Tatiana Weston-Webb, em coletiva da WSL
‘NÃO ESTOU TREINANDO TANTO’
Tati viu sua agenda se multiplicar após conquistar a medalha olímpica em Teahupoo. Com muitos compromissos profissionais fora do mar, a surfista admite que teve uma redução nos treinamentos, mas confia em seu preparo físico.
Como se classificou em quinto, Tati terá que percorrer o caminho mais longo se quiser chegar ao título. O formato da WSL Finals determina que ela precisa vencer a quarta do ranking [Molly Picklum], depois a terceira [Brissa Hennessy] e a segunda [Caroline Marks] para somente em seguida encarar a primeira na disputa pelo caneco [Caitlin Simmers].
Fisicamente, não sabia que chegaria ao Finals. Fizemos uma pré-temporada incrível. Estava me sentindo ótima nas Olimpíadas, mas já passou um mês desde então e eu não estou treinando tanto. Participei de muitas coletivas, tive que viajar a Paris e depois a Fiji. Realmente, não teve muita preparação, mas tenho certeza que é possível e confio no meu corpo para fazer o trabalho Tatiana Weston-Webb
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Pressão pelo título? “Não estou sentindo isso. Na verdade, é o oposto. Sempre foi meu sonho ganhar uma medalha olímpica, qualquer uma que fosse. Agora é um sonho realizado. Depois disso, acho que a pressão que estava sentindo caiu muito. Espero que aconteça isso aqui em Trestles novamente. Estou me sentindo super leve, confiante e orgulhosa por ter alcançado o sonho.”
Alguma favorita ao título? “Não estou pensando nas outras pessoas, só em mim. Meu foco está na primeira bateria contra a Molly Picklum, e não lá na frente.”
Caminhada longa na WSL Finals: “Não tenho nada a perder aqui. Sou a quinta colocada, então só posso melhorar e ganhar. Estou ótima e sei que será um longo caminho, mas tudo é possível”.
Preferência por ondas grandes e tubulares: “Todo mundo sabe que gosto de condições um pouco maiores, mais pesadas. Mesmo assim, estou me sentido confiante com meu surfe e acho que evoluí bastante nas ondas pequenas. É uma boa oportunidade para mostrar isso”.
Legado para o surfe feminino brasileiro: “Essa medalha de prata foi muito especial, meu melhor momento na carreira. Espero que eu inspire a nova geração brasileira a acreditar nos sonhos. Tenho certeza que várias meninas vão arrasar no mundo do surfe. Temos uma boa base no Circuito Banco do Brasil, no ‘Dream Tour’… O futuro do surfe feminino vai vingar”.
BRUNO BRAZ / Folhapress