Brookfield contrata bancos para vender shoppings Patio Paulista e Higienópolis

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Brookfield contratou o Bradesco BBI e o BTG para estruturar a venda de sua fatia nos shoppings Pátio Paulista e Pátio Higienópolis, em São Paulo, segundo fontes que estão a par do assunto. A informação foi revelada pelo Brazil Journal e confirmada pela reportagem.

Procurada, a Brookfield disse que não comentaria. Bradesco e BTG também não se manifestaram.

A notícia vem na esteira da saída da gestora canadense de outro centro comercial brasileiro, o shopping Rio Sul.

Segundo relatório recente do Citi, o movimento acontece porque, apesar de ser acionista majoritária dos dois shoppings, a Brookfield não se considera como tal por possuir sócios, e pretende manter apenas imóveis nos quais possa ter controle.

No Pátio Higienópolis, a canadense detém 51% de participação, a FII SHPH11 possui fatia de 25,7%, a Iguatemi, de 11,5%, e os outros 12% estão distribuídos entre acionistas menores. Segundo o Citi, o shopping quase foi vendido em 2020, mas o negócio foi prejudicado pela pandemia de Covid-19.

Naquela época, a taxa de capitalização, ou seja, o retorno de capital em relação ao que foi investido, era de aproximadamente 6% ou até menor. Índice considerado baixa pela Brookfield atualmente, diz o Citi, que enxerga hoje uma taxa de capitalização de 7%. O banco calcula que a participação de 51% no shopping é avaliada em R$ 1,2 bilhão.

“Dado o forte desempenho do shopping, esperamos que a Iguatemi exerça seu poder de preferência sobre sua participação de 11,5%. Caso outros parceiros não exerçam os seus, a Iguatemi poderá trazer junto o [fundo] BBIG11, patrocinado pela empresa [que ainda tem R$ 250 milhões em poder de fogo, mas pode arrecadar mais]”, diz o banco.

Segundo o Goldman Sachs, o aluguel médio mensal do Pátio Higienópolis é o terceiro maior do portfólio da Iguatemi, atrás apenas do Iguatemi São Paulo e do JK Iguatemi.

Já no Pátio Paulista, o Brazil Journal diz que a Brookfield tem 60% do shopping original e 44,2% da expansão, enquanto a Funcef tem 30% do ativo original e 22,1% da expansão. A fatia restante é detida por quatro famílias, segundo o jornal.

O shopping localizado na Bela Vista é administrado pela Ancar Ivanhoe.

STÉFANIE RIGAMONTI / Folhapress

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