RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – Para efetivamente receber da Fifa a compensação pela lesão de Pedro na seleção brasileira, o Flamengo vai ter que cumprir um processo burocrático. Isso envolve apresentação dos exames e todas as informações em, no máximo, 28 dias após o rompimento do ligamento do joelho esquerdo do atacante. Ou seja, o Fla tem menos de um mês para mandar a documentação toda.
Como o clube faz o pedido?
A Fifa tem um administrador terceirizado para receber as reclamações dos clubes, chamado de QuestGates. Ele que gere o Programa de Proteção ao Clube.
O clube precisa abrir um chamado por meio de um site, no qual ele submeterá todos os documentos exigidos para comprovar a lesão, a gravidade e a perspectiva de longa duração do período de tratamento do jogador. Isso envolve até fotos.
É preciso que um médico da seleção assine uma espécie de atestado, além de anexar os resultados dos exames de imagem. Os dados dos médicos do clube e da seleção precisam ir junto à solicitação.
A QuestGates também vai pedir ao clube que envie prova do salário do jogador, em uma documentação que precisa estar em um dos seguintes idiomas: inglês, espanhol, francês ou alemão.
As informações que o clube mandar serão avaliadas pelos médicos e especialistas jurídicos contratados pela QuestGates. E se faltar cooperação por parte dos clubes, o pedido pode ser rejeitado.
A indenização será confirmada, basicamente, com a comprovação da duração além de 28 dias da lesão, se ficar provado que o problema aconteceu em um momento no qual o jogador estava ativo pela seleção, se o valor envolvido for apontado devidamente e o pleito cumprir as regras gerais do programa de proteção da Fifa.
CONTA DO PAGAMENTO
Uma vez que a legitimidade do clube em receber a indenização é confirmada pela QuestGates, o pagamento vai cair na conta em até 30 dias.
O cálculo é feito assim: o salário do jogador é dividido pelo número de dias que ele ficará afastado.
A Fifa estabeleceu um teto para compensação de 7,5 milhões de euros (R$ 46,7 milhões) ao longo de um ano (365 dias). Por dia, o teto é de 20.540 euros (cerca de R$ 127 mil).
Isso quer dizer que se um jogador ficar parado por 300 dias, o valor devido será calculado proporcionalmente.
Para receber o pagamento, o clube precisa assinar um documento que vai detalhar os repasses a serem feitos e os dados da instituição financeira envolvida.
O pagamento só pode ser feito na conta bancária do clube e não de dirigentes ou jogadores. A compensação será paga pela Fifa, após ela receber as informações dos seguradores.
É importante que o clube notifique a QuestGates quando o jogador lesionado puder voltar aos treinos, já que o retorno dele às atividades completas é o que cessa o pagamento da compensação.
Lesões de ligamento, ultimamente, têm gerado afastamento maior do que seis meses. Médicos especialistas apontam que o tempo seguro, até para evitar reincidência, é de nove meses.
Qualquer disputa jurídica eventual relacionada ao Programa de Proteção ao Clube – que envolva a Fifa, clube ou associação nacional – deve ser feita na Corte Arbitral do Esporte (CAS).
IGOR SIQUEIRA / Folhapress