A Câmara Municipal de Araçatuba (SP) enviou um requerimento à Polícia Civil pedindo a abertura de um inquérito para apurar um caso de dano ao patrimônio público. O pedido, assinado pela presidente da Câmara, Cristina Munhoz (União Brasil), refere-se a uma cidadã que teria desferido socos em uma poltrona e na parede da galeria do plenário, danificando o revestimento acústico. O incidente ocorreu após a 26ª sessão ordinária, realizada na segunda-feira (2).
As imagens da discussão entre a mulher e o vereador Jaime José da Silva (PSDB), conhecido como Dr. Jaime, foram amplamente divulgadas nas redes sociais, incluindo páginas do Facebook e grupos de WhatsApp. A Câmara anexou ao requerimento imagens de câmeras de segurança do plenário e fotos dos danos causados.
Manifestação e Discussão
O episódio aconteceu durante um protesto contra o arquivamento da CPI da Saúde, uma comissão parlamentar criada para investigar questões relacionadas ao atendimento médico no município. O grupo de manifestantes, do qual a mulher fazia parte, expressava sua insatisfação com cartazes, e a mulher em questão estaria protestando devido à morte de seu marido durante atendimento no pronto-socorro municipal.
A discussão começou quando a mulher confrontou o vereador Dr. Jaime, que havia se aproximado do grupo de manifestantes após se sentir ofendido por uma faixa que usava o termo “corja” para se referir aos parlamentares. A mulher criticou o vereador por ignorá-la e por não cumprir suas responsabilidades. A discussão se intensificou, e o vereador respondeu com a frase: “Eu cuido mais do que você, que não faz nada que presta. Está aqui vagabundando.”
Reação e Dano
Após a discussão, a mulher retornou ao plenário, onde as câmeras registraram ela desferindo socos nas poltronas e, posteriormente, um barulho de soco contra a parede. As imagens completas do momento não foram gravadas.
A Câmara defendeu em nota o direito à manifestação pacífica, mas enfatizou que a liberdade de expressão não pode resultar em danos ao patrimônio público.
O vereador Dr. Jaime argumentou que o ato de proferir ofensas a ele durante o exercício de suas funções poderia configurar desacato e difamação. A reportagem tenta contato com a mulher envolvida para obter sua versão dos fatos.