Acompanhe a cotação do dólar nesta sexta-feira (6)

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar abriu próximo da estabilidade nesta sexta-feira (6), em dia de expectativa pela divulgação do relatório de emprego de agosto dos Estados Unidos.

Os dados podem determinar o tamanho do corte de juros a ser feito pelo Fed (Federal Reserve, o BC dos EUA) em sua reunião deste mês, que será entre os dias 17 e 18.

Às 9h03, o dólar à vista caía 0,05%, cotado a R$ 5,5699, com os investidores optando pela cautela, já que o relatório dos EUA deve ser divulgado ainda nesta manhã.

Na quinta-feira, o dólar fechou em queda firme de 1,18%, aos R$ 5,571, e a Bolsa brasileira teve alta de 0,29%, aos 136.502 pontos.

Os investidores repercutiram apostas de um corte mais agressivo nos juros pelo Fed, depois que dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos indicaram uma desaceleração mais acentuada do que o esperado.

O setor privado abriu 99 mil vagas de emprego no mês de agosto, o menor número em três anos e meio, segundo relatório da ADP (Automatic Data Processing). Em julho, foram abertos 111 mil postos de trabalho. Analistas consultados pela Reuters esperavam abertura de 145 mil vagas no mês passado.

Na sequência, o Departamento de Trabalho divulgou que os pedidos inicias de auxílio-desemprego caíram para 227 mil na semana encerrada em 31 de agosto, abaixo das projeções de 230 mil.

Os números do mercado de trabalho têm ditado as apostas sobre o ritmo que o Fed poderá cortar os juros na próxima reunião de política monetária, marcada para os dias 17 e 18 de setembro. A taxa está na faixa de 5,25% e 5,50% desde junho do ano passado, o patamar mais restritivo em duas décadas.

Os dados de quinta deram fôlego à tese de que a economia dos Estados Unidos está desacelerando mais rapidamente do que o esperado, o que pode levar a autoridade monetária a efetuar um corte mais agressivo no encontro deste mês.

Operadores agora precificam 45% de chances de uma redução de 0,50 ponto percentual na taxa de juros, e 55% de probabilidade de uma menor, de 0,25 ponto, segundo a ferramenta FedWatch.

A grande divulgação da semana, porém, está marcada para a manhã desta sexta-feira, quando serão conhecidos os números do “payroll” (folha de pagamento, em inglês) de agosto. Na última leitura do indicador, dados abaixo da expectativa do mercado levantaram temores de que a economia dos Estados Unidos estava a caminho de uma recessão, provocando o derretimento de Bolsas globais.

“Com o payroll, poderemos cravar com mais certeza qual será a magnitude do corte que o Fed promoverá. Se dentro do previsto, acredito em 0,25 ponto de queda. Se abaixo das expectativas, o Fed terá fundamentos para um corte maior, de 0,50 ponto”, avalia Elson Gusmão, diretor de câmbio da Ourominas.

O dólar costuma se depreciar à medida que os juros dos EUA caem, já que a queda nos rendimentos da renda fixa estimula a busca por ativos de maior risco. Para o real, há ainda outro fator de relevância: a discussão em torno da taxa básica de juros do país, a Selic, atualmente em 10,50% ao ano.

O Copom (Comitê de Política Monetária), desde a última reunião do BC (Banco Central), tem reforçado que um novo ciclo de altas está à mesa para levar a inflação de volta ao centro da meta, se os dados indicarem necessidade.

O comitê trabalha com a meta de inflação em 3%, definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional, órgão ligado ao Ministério da Fazenda) e com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo. A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para controlar a alta de preços.

Novos dados divulgados nesta última semana acirraram apostas de que o Copom poderá elevar a Selic já no próximo encontro, também marcado para os dias 17 e 18 de setembro.

No segundo trimestre, o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro cresceu 1,4% em comparação aos três meses iniciais de 2024, ante expectativa de 0,9% de analistas consultados pela Bloomberg. Já os números de emprego medidos pela Pnad Contínua mostraram que a taxa de desocupação recuou a 6,8% —o menor patamar para o período desde o início da série histórica do indicador, de 2012.

O avanço da atividade e o aquecimento do mercado de trabalho tendem a subir os preços ao consumidor, o que pressiona as expectativas de inflação. Com isso, a probabilidade de um aperto de 0,25 ponto percentual na Selic subiu para 76%, segundo a agência Reuters.

Quanto maiores os juros no Brasil e menores nos Estados Unidos, melhor para o real, que se torna mais atraente para investimentos de “carry trade” —isto é, quando investidores tomam empréstimos a taxas baixas e aplicam recursos em moedas de países de taxas altas, para rentabilizar sobre o diferencial de juros.

Redação / Folhapress

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