SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Ministério das Mulheres, comandado por Cida Gonçalves, classificou como graves as denúncias de assédio sexual atribuídas ao ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, e manifestou solidariedade “a todas as mulheres que diariamente quebram silêncios e denunciam situações de assédio e violência”.
Sem citar nominalmente a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, uma das supostas vítimas, a pasta chefiada por Cida afirma, em nota, que toda denúncia dessa natureza deve ser investigada com celeridade e rigor, levar em consideração a palavra da vítima e resultar em responsabilização exemplar do agressor.
“As denúncias de assédio envolvendo o ministro Silvio Almeida que vieram à tona nesta semana são graves e serão apuradas pela Comissão de Ética da Presidência da República, conforme informou o Palácio do Planalto”, afirma o Ministério das Mulheres.
“O Ministério das Mulheres manifesta solidariedade a todas as mulheres que diariamente quebram silêncios e denunciam situações de assédio e violência. A palavra de vocês terá sempre o nosso crédito e respeito e nossos canais do Ligue 180 e da Ouvidoria estarão sempre à disposição”, diz ainda.
A práticas pontua que a prática de violência e de assédio é inadmissível e não está de acordo com os princípios democráticos e da administração pública federal.
As denúncias foram publicadas na quinta-feira (5) pelo colunista Guilherme Amado, do portal Metrópoles. O relato envolve casos que teriam ocorrido no ano passado e foram denunciados à organização Me Too Brasil.
Silvio nega com veemência as acusações e afirma serem “ilações absurdas com o único intuito de me prejudicar, apagar nossas lutas e histórias, e bloquear o nosso futuro”.
Como mostrou a coluna, o governo avalia que a permanência do ministro no cargo é insustentável. Resta saber como a demissão será concretizada se a pedido do ministro ou por iniciativa de Lula (PT).
O presidente deve se reunir nesta sexta-feira (6) separadamente com Silvio e com Anielle para ouvir o relato de cada um deles.
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Leia, abaixo, a íntegra da nota do Ministério das Mulheres:
“O Ministério das Mulheres reafirma que a prática de qualquer tipo de violência e assédio contra a mulher é inadmissível e não condiz com os princípios da Administração Pública Federal e da democracia. É preciso que toda denúncia seja investigada de forma célere, com rigor e perspectiva de gênero, dando o devido crédito à palavra das vítimas, e que os agressores sejam responsabilizados de forma exemplar.
As denúncias de assédio envolvendo o ministro Silvio Almeida que vieram à tona nesta semana são graves e serão apuradas pela Comissão de Ética da Presidência da República, conforme informou o Palácio do Planalto.
Ressaltamos que o Estado brasileiro é signatário de acordos internacionais que asseguram de forma direta ou indireta os direitos humanos das mulheres bem como a eliminação de todas as formas de discriminação e violência baseadas no gênero.
Cabe ainda reiterar que proteção às pessoas denunciantes e mecanismos de acolhimento, escuta ativa, orientação e acompanhamento estão entre as ações previstas no Programa Federal de Prevenção e Enfrentamento do Assédio e da Discriminação no âmbito da administração pública federal direta, autárquica e fundacional. Lançado em julho deste ano pelo governo federal, o programa se aplica tanto às servidoras e servidores quanto às empregadas públicas e empregados, incluindo também ações para trabalhadoras e trabalhadores terceirizados.
O Ministério das Mulheres manifesta solidariedade a todas as mulheres que diariamente quebram silêncios e denunciam situações de assédio e violência. A palavra de vocês terá sempre o nosso crédito e respeito e nossos canais do Ligue 180 e da Ouvidoria estarão sempre à disposição.
Nenhuma violência contra a mulher deve ser tolerada.”
MÔNICA BERGAMO / Folhapress