Mãe de piloto desaparecido vai a Roraima em busca de pistas

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Maria Eugênia Buta, mãe do piloto carioca Pedro Rodrigues Parente Neto, 37, o Pedro Buta, desembarcou na madrugada desta terça-feira (10) em Boa Vista para buscar informações sobre o desaparecimento do filho.

Pedro teria sido visto pela última vez no dia 1° de setembro na cidade de Caicara del Orinoco, na região central da Venezuela. Ele foi contratado para buscar o empresário do ramo da mineração Daniel Seabra de Souza, dono da aeronave.

Maria Eugênia, mãe de Pedro, afirma que o filho deixou de respondê-la a partir do dia 1°, mesma data em que o empresário afirma ter visto o piloto pela última vez, já em território venezuelano.

O empresário foi procurado por telefonemas e mensagens pela reportagem, mas não respondeu.

Procurada, a Polícia Federal brasileira não respondeu se abriu investigação sobre o caso. A polícia da Venezuela foi comunicada do desaparecimento.

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que a Embaixada do Brasil em Caracas acompanha o caso, presta assistência consular aos familiares e está em contato com autoridades locais.

De acordo com a FAB (Força Aérea Brasileira), o último registro de plano de voo da aeronave pilotada por Pedro foi realizado no dia 17 de agosto. O documento apontava que o monomotor Bellanca Aircraft, de matrícula PP-ICO, iria partir de Boa Vista (RR) às 8h17 com destino à Fazenda Flores, localizada no município de Amajari (RR), próximo da fronteira com a Venezuela.

Ainda segundo a FAB, o sinal da aeronave foi perdido ao ingressar em espaço aéreo sem cobertura de radar.Não há registros de nova decolagem do avião.

O órgão afirmou que só tomou conhecimento do desaparecimento do piloto após o contato da mãe dele, Maria Eugenia Buta, no último dia 4. Desde então, deu início à busca por informações sobre um possível voo ou acidente envolvendo a aeronave e o piloto.

Maria Eugênia afirma que o filho costumava avisar sobre os destinos das viagens, inclusive compartilhando a localização, mas que ele mentiu sobre a última rota.

“Ele falou que estava trabalhando na Bahia. Disse que transportaria um malote de dinheiro para campanhas políticas e que por isso não poderia mandar a localização. Eu procurei o Daniel [Seabra, empresário], que sustentou a mentira de que ele estava em Ilhéus”, disse a mãe.

A mãe do piloto diz ainda que o filho teve “péssimas experiências” em voos na Amazônia. Na última delas, em abril, relatou à família ter recebido ameaças de empresários do setor de táxi-aéreo do interior do Amazonas, depois reclamar com a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) sobre supostas irregularidades nas condições de trabalho de pilotos enviados à região.

“Eu tenho que pensar em todas as hipóteses. Desde que tenham sumido com o meu filho, até que o avião possa ter caído e que ele possa estar perdido na selva. Estou pensando em tudo.”

A família diz ter feito contato com ex-proprietários do avião, que afirmaram que o piloto estaria com Daniel Seabra na Venezuela.

Segundo a mãe, Pedro contou o destino somente para um amigo, em conversas via aplicativo de trocas de mensagens. O piloto teria compartilhado, além da localização, trechos de diálogos com o empresário.

Em um dos trechos, o piloto sugere a Daniel Seabra que desligaria o transponder (aparelho localizador da aeronave) em Rio Branco, no Acre, antes de seguir para a Venezuela.

À Globo, o empresário negou que tenha combinado o desligamento do transponder e que enviaria as mensagens na íntegra para a PF.

YURI EIRAS / Folhapress

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