SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Depois de “para-choque de comunista”, Pablo Marçal (PRTB) passou a chamar Tabata Amaral (PSB) de “Chatabata”. Agora o apelido, cunhado no debate na TV Gazeta no último dia 1º, tem sido usado pela própria candidata.
“É ‘Chatabata’ como estão me chamando, né?”, disse ela, rindo, durante sabatina promovida pela Jovem Pan na noite de segunda-feira (9). O apelido foi relembrado após ela ser questionada sobre como lida com uma campanha eleitoral em que as propostas não seduzem os eleitores, assim como soluções consideradas de difícil execução expostas por adversários, como Marçal.
Na entrevista, Tabata disse como que iria explicar como a “Chatabata olha para isso” e afirmou que as propostas do autodenominado ex-coach são como o jogo do tigrinho.
“Dizer que vai oferecer um bondinho voador, prédio de um quilômetro de altura, que todo mundo vai ganhar R$ 50 mil por mês, claro que isso atrai. Mas isso é o jogo do tigrinho, é aquela aposta, que cria uma pirâmide danada, um ou outro vão ganhar a custo de quem vai perder e vai arriscar famílias”, afirmou ela.
A deputada federal está, segundo o mais recente Datafolha, em quarto lugar com 9% de intenções de voto, atrás de Guilherme Boulos (23%), Ricardo Nunes (MDB) e Marçal (ambos com 22%). Segundo a pesquisa, ela é mais popular entre mulheres que homens –no eleitorado feminino, chega a 11% e cai para 6% entre o masculino.
A candidata enfatiza mensagens voltadas às mulheres durante a campanha de rua. Afirma que as elas sabem que o “jogo do tigrinho vai destruir o filho delas, o marido delas” e que, quando as políticas municipais falham, são elas as mais impactadas.
“Quem é que leva o filho no médico? Na creche? Quem tem que arranjar até o remédio do marido quando ele fica doente? Quem sofre mais quando a rua fica escura?”, questionou na sabatina da Jovem Pan.
Nesta terça-feira (10), durante uma visita ao Hospital das Clínicas, a candidata voltou a citar o apelido e disse que conta com um time majoritariamente de mulheres que falam “de coisas chatas, como os homens vêm colocando em cima da gente”.
“Tô até assumindo o ‘Chatabata’ porque sim, falo de educação integral, de saúde básica, de transporte público, segurança na rua porque é isso que impacta a nossa vida”, afirmou ela.
Em entrevista a jornalistas na manhã desta terça, Tabata disse notar que as mulheres se aproximam mais do seu projeto, uma vez que “têm mais juízo”.
“A mulher sabe que a palhaçada, a lacração pode até ser boa para rede social, mas, se a prefeitura não funcionar, é a mulher que vai ser impactada.”
Ela diz que brinca com as eleitoras e diz que pede que coloquem um “pouquinho de juízo na cabeça do homem”.
“Fala com o marido, fala com o pai, fala com o irmão, explica o que é que está em jogo porque tenho certeza que elas vão convencer os homens também.”
Mesmo com dificuldade para subir nas pesquisas, Tabata nega que vá apoiar algum outro candidato no segundo turno e diz que acredita que conseguirá melhorar nas pesquisas nas próximas semanas.
“O que importa é ir para a rua, falar de proposta, mas é confiar que as pessoas vão ter juízo na hora da eleição. Juízo não é sobre direita ou esquerda. Não sei com quem eu vou, mas estarei no segundo turno.”
ISABELLA MENON / Folhapress