Petrobras segura os preços, carros voadores a caminho e o que importa no mercado

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Petrobras segura os preços, carros voadores mais perto de virar realidade e outros destaques do mercado nesta quarta-feira (11).

**PETROBRAS SEGURA OS PREÇOS**

A Petrobras deve manter os preços da gasolina e do diesel, apesar da queda recente no valor do petróleo no mercado internacional.

ENTENDA

Em tese, o custo dos combustíveis acompanha a valorização ou desvalorização do petróleo, já que as refinarias precisam comprá-lo.

Mas como essas instalações da Petrobras adquirem o petróleo da própria empresa, elas conseguem evitar esse repasse automático de custos.

No passado, a companhia fez atualizações frequentes nos preços provocarem crises políticas nos governos Temer, como a greve dos caminhoneiros, e Bolsonaro.

Com Lula na presidência, a gestão da Petrobras tem espaçado mais os reajustes.

POR QUE NÃO AUMENTAR?

Apuração da Folha de S.Paulo com fontes da Petrobras revelou que a empresa deve segurar os preços para aumentar seus lucros.

Nesta terça-feira (10), o preço da gasolina cobrado pela Petrobras estava R$ 0,16 acima da paridade internacional, o chamado “preço justo”, de acordo com a associação de importadores de combustível Abicom. O diesel estava R$ 0,07 acima.

A decisão visa compensar o lucro mais baixo no primeiro trimestre, quando o cenário oposto ocorreu e a empresa manteve os preços em meio à alta do petróleo.

Oficialmente, a Petrobras afirmou que não antecipa decisões de reajuste.

IMPACTOS

Uma redução no preço dos combustíveis poderia contribuir para mais um mês com bons números de inflação no país.

Em agosto, o índice IPCA caiu 0,02%, a primeira variação negativa em mais de um ano, que explico melhor abaixo na Newsletter.

QUEDA LIVRE

O petróleo vem perdendo valor nas últimas semanas devido à expectativa de desaceleração das economias dos Estados Unidos e da China nos próximos meses.

Eles são considerados as grandes locomotivas da economia global. Qualquer mudança no crescimento de um deles impacta diretamente os preços de matérias-primas.

O aumento da extração de petróleo em países como o Brasil, que se tornou um dos maiores produtores do mundo graças ao pré-sal, também favorece a queda dos preços.

O barril ficou abaixo de US$ 70 (cerca de R$ 395) pela primeira vez desde dezembro de 2021.

**SINAL VERDE PARA OS CARROS VOADORES**

O mercado de carros voadores começa a se tornar, aos poucos, mais concreto no Brasil. A marca Gohobby recebeu autorização da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para realizar voos experimentais com os modelos da chinesa EHang, uma das empresas mais avançadas na tecnologia.

COMO FUNCIONAM

Conhecidos oficialmente pela sigla eVTOL (veículo elétrico de decolagem e pouso vertical), os veículos são vistos como o futuro da aviação urbana e de curta distância, em substituição aos helicópteros. Veja alguns modelos.

A perspectiva do setor é que o tráfego aéreo dos eVTOLs comece em 2026, em pequena escala. Em geral, esses veículos possuem pequenas hélices protegidas, que permitem pousos em áreas restritas.

O diferencial desses modelos em relação aos helicópteros é a leveza, o uso de energia elétrica e a perspectiva de preço mais acessível.

Executivos do setor de aviação estimam que uma viagem de até 30 quilômetros com o eVTOL custaria cerca de US$ 100 (em torno de R$ 500).

O MODELO

A Gohobby exibiu o veículo que planeja lançar no mercado brasileiro em feiras do setor nos últimos meses. O preço inicial do EHang 216-S é estimado em S$ 600 mil (R$ 3,4 milhões). Veja em vídeo.

O EHang 216-S tem 1,9 metro de altura, 5,7 metros de largura e leva até duas pessoas. Ele não tem piloto, pois funciona por comando à distância. Pode atingir uma velocidade de até 130 km/h, com alcance máximo de 30 quilômetros.

A empresa afirma que já fechou dois pedidos durante a Expo eVTOL, realizada em São Paulo em maio, e que outras 16 pessoas aguardam para adquirir o veículo.

TESTES

O mercado de eVTOLs passa por discussões de regulamentação em todo o mundo. Na China, os veículos da EHang já receberam a certificação da agência de aviação para realizar viagens.

As marcas que já preparam seus modelos para fabricação e operação são muitas, como Eve, Lilium, Vertical, Airbus, Beta e Joby. A montadora Hyundai também anunciou investimentos nos carros voadores.

E POR AQUI?

As perspectivas para o mercado são altas porque a fabricante de aviões Embraer decidiu apostar no setor com a criação da marca Eve. Ela começará a produzir seus primeiros protótipos neste ano, para então receber a mesma autorização de testes.

A Anac ainda discute como regulamentar o tráfego aéreo dessas novas aeronaves.

**PREÇOS MAIS BAIXOS, MAS NÃO MUITO**

Os preços no Brasil caíram pela primeira vez desde junho de 2023. Em vez de inflação, os produtos e serviços entre julho e agosto tiveram deflação.

O IPCA caiu 0,02% entre os meses, influenciado principalmente pela energia elétrica e pelos alimentos.

SIM, MAS…

Isso não significa que o consumidor está economizando realmente com as contas. No acumulado de 12 meses, os produtos ainda sobem 4,24%.

A inflação até desacelerou dos 4,5% acumulados até julho, mas ainda assim está acima do centro da meta oficial, de 3%.

O QUE CAIU

Na alimentação residencial, os destaques foram itens como batata inglesa (-19,04%), tomate (-16,89%) e cebola (-16,85%). Por outro lado, a carne subiu depois de meses em queda.

Além da energia (-2,77%), o etanol (-0,18%) e as passagens aéreas (-4,93%) também auxiliaram o resultado.

ALÍVIO PASSAGEIRO

A aplicação da bandeira vermelha nas contas de luz devido ao volume baixo nas usinas hidrelétricas deverá reverter a queda nos preços de energia no próximo mês.

POR QUE IMPORTA

Levar a inflação para a meta de 3% é a principal função do Banco Central, que usa a taxa básica de juros para isso.

Quando a Selic sobe, ela baixa os preços, mas pode também esfriar a economia.

O QUE ESPERAR

Em tese, a deflação de 0,02% poderia ajudar a evitar uma alta nos juros na próxima reunião do Banco Central, em 17 de setembro. Mas utros fatores, como economia aquecida, o dólar e as incertezas com as contas públicas, justificariam uma alta dos juros.

Esta é a visão da maioria dos analistas ouvidos pela reportagem da Folha nesta terça-feira (10).

As últimas projeções de economistas preveem uma alta de 0,75 ponto ainda em 2024. A Selic atual está em 10,50% ao ano.

**EM NÚMEROS**

BRASIL TEM MAIOR SECA DA HISTÓRIA, QUE AFETA 59% DO PAÍS

A falta de chuvas no Brasil nunca impactou uma área tão grande como agora. São 5 milhões de quilômetros quadrados com seca, cerca de 59% do território nacional.

Alguns dos efeitos são incêndios florestais e qualidade do ar em baixa. A cidade de São Paulo passou os últimos dois dias na posição de metrópole com o pior ar do mundo.

Na seca de 2015, a área atingida foi de 4,6 milhões de quilômetros quadrados. A anterior, em 1997, impactou 3,6 milhões de quilômetros.

O intervalo entre os fenômenos tem diminuído nas últimas décadas, de acordo com o Cemaden (Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais).

O que explica? Uma série de razões. Veja:

– O fenômeno El Niño reduziu as precipitações no norte do país, impedindo a reposição da umidade no solo e dos aquíferos na Amazônia.

– A estação seca também começou mais cedo, retirando umidade do solo e da vegetação de forma prematura.

– Mudanças climáticas e o desmatamento agravam a situação, contribuindo para o aquecimento da atmosfera e a perda de uma fonte essencial de umidade.

Impactos no PIB. Cálculos do economista Bráulio Borges, colunista da Folha, estimam que a queda nas chuvas nos últimos anos reduziu o crescimento econômico do Brasil.

A anomalia desde 2012 subtraiu, a cada ano, entre 0,8 e 1,6 ponto percentual do nosso PIB.

O cenário impacta o preço da energia e a safra agrícola, que este ano sofre perdas.

**O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER**

BANCO CENTRAL

BC vai testar operações com imóveis e veículos em nova fase de testes do Drex; veja projetos. Foco dessa etapa do real digital é desenvolver casos de uso com impacto no dia a dia dos brasileiros.

GAMES

PlayStation 5 ganha versão melhorada, mas sem leitor de discos, por US$ 700. PS5 Pro terá processamento gráfico até 45% mais rápido que o modelo padrão; anúncio recebeu críticas pelo preço.

VICTOR SENA / Folhapress

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