Esteticista diz que não causou olho roxo em Fabiola e questiona Fernández

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A esteticista de Fabiola Yañez negou que um dos seus tratamentos tenha causado um hematoma no olho da ex-primeira-dama argentina. Ela foi ouvida pelo Ministério Público, que investiga o ex-presidente Alberto Fernández por violência doméstica.

Depoimento foi solicitado pela defesa de Fabiola e complica Fernández. A versão do ex-presidente é que um dos tratamentos estéticos de Fabiola deixaram o hematoma no olho dela. Para médicos da família, entretanto, eles afirmaram que ela se machucou após um “golpe involuntário na cama”.

María Florencia contou que viu o olho roxo de Fabiola em 29 de junho, um dia antes de uma consulta médica. Ela acrescentou que também viu machucados no braço dela.

Ela ressaltou que seus tratamentos não deixariam um hematoma daquele. María também disse não acreditar na versão de Fernández porque um “golpe sem querer” não causaria um machucado naquele formato.

A esteticista diz que já presenciou Fernández gritando com Fabiola. Segundo ela, a ex-primeira-dama lhe confidenciou que se sentia uma “prisioneira” na Quinta de Olivos, residência oficial do presidente.

O QUE DIZ FABIOLA YAÑEZ

Caso começou a ser investigado após a ex-primeira-dama relatar as agressões à Justiça. “O soco no olho aconteceu na cama em Olivos. Tínhamos discutido muito, como já era habitual e, para acabar com a discussão, ele me bateu, virando do seu lado da cama para o meu com um soco terrível. Gritei: ‘o que você me fez?’, mas ele não disse nada. Virou-se e, com esse soco, terminou a discussão”.

“Chamamos o Dr. Federico Saavedra, chefe da Unidade Médica Presidencial, quem me deu glóbulos de arnica. Fui obrigada a não sair de casa para que ninguém me visse”, declarou ela. Fabiola já estava grávida do filho Francisco, que nasceu em abril de 2022, penúltimo ano do mandato presidencial de Fernández. A gravidez não impediu que os episódios de violência física continuassem.

A DERROCADA DE FERNÁNDEZ

O ex-presidente da Argentina Alberto Fernández, de 65 anos, está sendo acusado de violência doméstica contra a ex-primeira-dama Fabiola Yañez, de 45 anos. Os dois foram casados durante todo o mandato dele.

Denúncia veio à tona enquanto Justiça Federal examinava celular de ex-secretária de Fernández. Os investigadores analisavam o aparelho de María Cantero, em um caso sobre suposta corrupção no governo do ex-presidente, quando encontraram fotos e mensagens sobre agressões a Fabiola. O conteúdo vazou para a imprensa.

Fabiola Yañez formalizou a denúncia contra ex-marido apenas no dia 6 de agosto. A jornalista confirmou as agressões em uma audiência virtual com o mesmo juiz que já vinha investigando o ex-presidente. A Justiça determinou então medidas de restrição e proteção para Fabiola. Depois, ela ampliou as denúncias e disse que foi obrigada a fazer um aborto.

Depoimento presencial foi feito pela primeira vez na terça-feira (13). Fabiola Yañez chegou ao consulado argentino em Madri (Espanha), onde vive atualmente, para depor contra o ex-marido. Ela reforçou as acusações de agressão, assédio e ameaças. Em uma dessas agressões, diz ela, Fernández a teria agarrado violentamente pelo pescoço. As surras teriam ocorrido no Palácio de Olivos, sede oficial da Presidência.

Defesa de Fernández negou as agressões e afirmou que os hematomas foram causados por tratamento estético. “Estou sendo acusado de algo que não fiz. Não bati em Fabiola. Nunca bati em mulher. Não estou aqui para alimentar toda a sujeira midiática que está sendo gerada. O que vou fazer é esperar, ir à Justiça e deixar a Justiça resolver”, disse o ex-mandatário em entrevista ao jornal espanhol El País.

O ex-presidente foi formalmente acusado pela Justiça. Na denúncia oferecida, Fernández é acusado de lesões graves e duplamente agravadas e “ameaças coercitivas” contra a ex-primeira-dama. O promotor pediu ainda o depoimento do médico presidencial, Federico Saavedra, da ex-secretária María Cantero, e de outras quatro testemunhas.

SUSPEITO DE CORRUPÇÃO E CONFUSÃO EM RESTAURANTE

Fernández é investigado por corrupção em sua gestão. Ele foi denunciado em fevereiro pelo Ministério Público após realizar a contratação irregular de seguros para funcionários públicos. A suspeita é que a contratação foi utilizada para desviar fundos. Fernández novamente negou irregularidades.

As suspeitas ganharam tração com um decreto de 2021 que obrigava o Estado a assinar contratos com uma empresa, a Nación Seguros, ligada ao marido da secretária particular de Fernández, María Cantero. Em abril, a Justiça também determinou o bloqueio de bens e a quebra do sigilo bancário do peronista.

Em 2018, quando era candidato à presidência, Fernández empurrou um homem que falava algo em sua direção no restaurante La Cabaña, em Puerto Madero. Ele estava sentado almoçando com Fabiola, quando se levantou e agrediu o homem não identificado.

Redação / Folhapress

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