MADRI, ESPANHA (FOLHAPRESS) – A Câmara dos Deputados da Espanha aprovou, nesta quarta-feira (11), uma moção em que reconhece o candidato opositor da Venezuela, Edmundo González, como legítimo presidente do país, por 177 contra 164 votos um parlamentar se absteve.
O primeiro-ministro Pedro Sánchez indicou, no entanto, que a posição de seu governo permanece a mesma, isto é, não reconhece nem a vitória da oposição, nem do ditador Nicolás Maduro. Em vez disso, adere à demanda da União Europeia (UE), e exige que Caracas publique os resultados eleitorais de forma desagregada, de modo que possam ser checados de maneira independente, na presença de um mediador do bloco.
“Pedimos a publicação das atas […] e fazemos algo muito importante, trabalhamos pela unidade da UE, para que isso nos permita ter uma margem de negociação até o final do ano”, disse ele a jornalistas durante visita à China, horas antes de a moção ser apreciada na Câmara.
A votação parlamentar ocorre dias após o diplomata venezuelano aterrissar no país europeu e ser acolhido como um asilado político. Ele passou a ser alvo de um mandado de prisão por parte da ditadura na semana passada.
González tinha substituído nas urnas a líder da coalizão opositora, María Corina Machado, depois que esta foi impedida de concorrer pelo regime. Contagens paralelas realizadas por órgãos independentes afirmam que ele foi o vencedor do pleito, com 67% dos votos, contra 30% de Maduro.
A ditadura, por sua vez, diz que o líder chavista foi reeleito para um terceiro mandato com 52% dos votos, contra 43% de González. Mas diferentemente da oposição, que tornou uma grande quantidade de eleitorais disponíveis pela internet, e a despeito da ampla pressão internacional, o regime se recusa a publicar os dados.
Redação / Folhapress