Eu sou do tempo do Cine São João funcionando naquele prédio na Praça São João, esquina com a rua Siqueira Campos. No teatro São João, quando a triz global Bia Lessa apresentava uma performance de textos de Fernando Pessoa no palco dele que foi invadido por baratas. Que vexame!
Não vou perder tempo com a desapropriação. Vamos olhar para a frente. Três jovens atores da Casa do Teatro (2018), rua José Pedro dos Santos, 318, Charles Ferlete, Vinícius Forato e Cibele Magalhães resolveram sonhar com aquele espaço voltando a funcionar como teatro. Locaram a espelunca e estão dando volta ao lugar mágico, já conseguiram a doação de 120 cadeiras, R$450,00. Houve empresa que doou mais de dez cadeiras cada uma. O arquiteto Júnior Suart fez o projeto e dá assessoria gratuitamente.
Que tal você também ajudar os três jovens a realizar o sonho. Assim, o seu nome vai constar no encosto de uma das cadeiras. Telefone (ou zap): 18 99117-2083. Pague por pix ([email protected]) e escolha a localização de sua cadeira.
MERGULHO ELEITORAL
A gente que vive mais olhando para o centro da cidade, de repente se torna candidato a vereador, vice ou prefeito e precisa dar uma meia volta para perceber que há uma esquecida periferia. É uma hora do congraçamento das classes sociais, da cidadania falar mais forte.
De repente, não mais que de repente, me vi candidato a vice-prefeito numa das legendas da política de Araçatuba. Eu me via como uma pessoa com a carreira encerrada nesse campo, mas quis o destino me jogar aos 75 anos novamente como candidato.
Voltei aos bairros com meus companheiros, sem andar muito devido ao meu joelho, mas o suficiente para redescobrir o frescor da concepção de que a vida é válida em qualquer lugar social. Perdi a minha timidez há anos com as atividades políticas.
Sabemos que a vida de cada um tem o seu valor, é uma epopeia, até sonhamos transformá-la um livro sobre ela. Deus, o criador de nossa história, deve rir quando percebe tais pretensões de suas criaturas.
Há gente que adora campanha eleitoral, porque é uma época em que as amizades se renovam, professor encontra ex-alunos. Sai-se do casulo.
– Você está vivo, cara!
Só os antidemocráticos não gostam de eleição, acham que devia pôr um chefe em cada cidade e pronto. Quem vai escolher o chefe? Sangue azul – impossível; não há um ungido. Ouvir a vontade popular é a mais viável. Não inventaram forma melhor do que a democracia.
Estou me sentindo bem com esse novo mergulho eleitoral, pois estou conhecendo as partes novas da cidade, encontrando amigos, rindo para as as pessoas. Quer coisa melhor?