SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Google lançou nesta quarta-feira (11) uma ferramenta que converte documentos fornecidos pelo usuário em áudio simulando uma conversa entre duas pessoas, no estilo podcast.
A função foi implementada no NotebookLM, bloco de notas com IA da big tech apresentado em 2023 e disponível no Brasil desde junho de 2024.
Na interface, usuários criam projetos e os alimentam com diferentes tipos de documentos. O NotebookLM sugere algumas opções prontas de processamento, como a produção de uma linha do tempo com base nos acontecimentos encontrados nos documentos e um sumário com os termos mais importantes.
Agora, a IA também gera um áudio que simula dois locutores conversando sobre o assunto tratado na base de fontes do projeto. A novidade só está disponível em inglês, apesar de o NotebookLM processar documentos em português, segundo testes feitos pela reportagem.
Os “anfitriões de IA” foram programados para exibir comportamento arrojado e fazer brincadeiras, de acordo com o Google. Uma publicação no site da empresa mostra um áudio gerado a partir de um texto sobre o uso do NotebookLM para a checagem de fatos, feito pelo próprio blog da companhia.
Na peça, a primeira voz gerada por IA inicia a conversa dizendo: “Você já se sentiu como se estivesse se afogando em informação com artigos, PDFs e sites prometendo, tipo, revelar os segredos do universo?”
A outra voz responde: “Ou pelo menos terminar aquele projeto de pesquisa que você está adiando”.
“Exato. É tipo beber de uma mangueira de incêndio”, continua a primeira voz, enquanto a segunda ri.
O Google afirma que o usuário é livre para baixar o áudio e transferi-lo para qualquer lugar. A tecnologia usa recursos do modelo Gemini 1.5 Pro, e foca somente nas informações fornecidas em cada sessão para produzir respostas personalizadas. A orientação para que o modelo não se baseie em informações externas reduz o risco de alucinação, de acordo com a companhia.
Dados colocados em projetos do NotebookLM não são usados para treinar modelos de IA. A plataforma conta com moderação humana a partir de amostras aleatórias.
LAURA INTRIERI / Folhapress