Com o tema “Sônia Livre”, Parada do Orgulho PCD acontece em 21 de setembro

Evento dedicado a dar visibilidade para as pautas PCD (Pessoa com Deficiência) pede liberdade à Sonia Maria de Jesus, mulher negra, surda, vítima de trabalho escravo

Foto: Leonardo Ripo / divulgação

No dia 21 de setembro, Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, a Praça Roosevelt será palco da 2ª Parada do Orgulho PCD em São Paulo, que este ano traz o tema “Sônia Livre”. 

O evento busca dar visibilidade ao caso de Sônia Maria de Jesus, que há mais de 40 anos vive em condições análogas à escravidão na casa de um desembargador em Santa Catarina. Sônia, que é surda e analfabeta tanto em Libras, quanto em português, continua refém de uma estrutura opressora que a aprisiona ao trabalho escravo doméstico.

Marcelo Zig, Diretor Institucional da Parada, destaca a gravidade do caso, ao qual se refere como uma ilustração do entrelace entre racismo, machismo e capacitismo que atinge as vidas de mulheres negras com deficiência. “Ela é a primeira vítima de trabalho análogo a escravidão que, após ser resgatada, foi devolvida a casa de seu algoz. Os auditores fiscais do trabalho classificam como o primeiro caso de resgate no país”, explica.

Um ano de luta e conquistas

O evento também celebra o primeiro aniversário da Parada, que desde a sua primeira edição, em setembro de 2023, percorreu diversas capitais do Brasil, como Salvador, Recife, Brasília e Belo Horizonte, com previsão de chegar ao Rio de Janeiro em novembro deste ano. “Este primeiro ano representa um avanço significativo. Nosso objetivo é continuar garantindo acessibilidade para todas as deficiências, além de fortalecer parcerias com outras organizações e movimentos sociais,” destaca Julia Piccolomini, presidenta da organização.

A continuidade da Parada tem fortalecido a união da comunidade PCD, promovendo troca de experiências e criando uma rede de apoio. “Além disso, essas mobilizações são essenciais para manter a pressão sobre legisladores em prol da defesa dos direitos das pessoas com deficiência, ganhando cada vez mais atenção da mídia, do público e de autoridades.Assim, ampliamos a conscientização sobre os desafios enfrentados pela comunidade PCD”, ressalta Julia.

Lançamento da lojinha

Na edição comemorativa, foi anunciada uma novidade: a Lojinha Parada PCD, que venderá produtos como bottons, adesivos e bandeiras, com a renda revertida para o fortalecimento das ações do coletivo. A loja também trará produtos com a arte da bandeira do Orgulho Gago. 

A bandeira, criada em 2022 pelo grupo Dysfluent, representa a variação natural na gagueira. Trazida ao Brasil por Alexandra Martins, Diretora de Comunicação da Parada PCD, a bandeira será vendida como um convite à aliança com a gagueira e distribuída gratuitamente durante o evento para pessoas gagas, reforçando o compromisso da Parada em dar visibilidade a todas as deficiências.

Cultura e arte

A Parada do Orgulho PCD deste ano contará com artistas com deficiência de São Paulo, oferecendo uma celebração transformadora e diversa. Poetalipee destaca a importância de ocupar todos os espaços. “Uso minha poesia como uma ferramenta de luta para falar e mostrar que nós podemos estar onde quisermos estar. nós somos resistência e precisamos soltar a nossa voz!”, afirma. 

A multiartista pop Amanda Mittz expressa orgulho em participar da Parada. ”Eu quero que as pessoas com deficiência sintam orgulho de quem são e se empoderem junto comigo. Vamos lutar por nossos direitos e ocupar todos os lugares que nos foram negados “, reforça.

Serviço

2ª Parada PCD de São Paulo

Onde? Praça Franklin Roosevelt, s/n – Bela Vista, São Paulo

Quando? Sábado, 21 de setembro

Concentração a partir das 10h.