SÃO PAULO, Não que precisasse de muita exposição, mas as Olimpíadas de Paris serviram para dar ainda mais visibilidade a um dos mais famosos -senão o mais famoso- sightseeing do mundo, a Torre Eiffel.
Marcante no “background” de modalidades como o vôlei de praia, a “Dama de Ferro” também emprestou sua estrutura de 330 metros de altura e 10 mil toneladas como moldura dos anéis olímpicos, que ficaram a 70 metros do chão, na face virada para o rio Sena.
A torre, que é gerida por uma empresa pertencente à prefeitura de Paris, tem no administrador Patrick Branco Ruivo uma espécie de prefeito, e ele virá a São Paulo na semana do evento para divulgar (ainda mais) o atrativo durante a quarta edição do France Excellence, evento da Atout France, organismo de desenvolvimento e promoção do turismo da França.
O encontro, que vai de quarta (18) a quinta, é dedicado a profissionais de turismo e gira sempre em torno do luxo e da excelência franceses. Agora inclui preocupação com a sustentabilidade.
Por telefone, Ruivo falou à Folha que quer aumentar de 3% para 5% a participação de brasileiros entre os visitantes da torre e para isso aposta na diversificação de passeios, especialmente aqueles de corte mais sofisticado. “Nosso passeio VIP, de cerca de 1h30, mostra os bastidores da torre. Ele começa embaixo, na área de máquinas, que os brasileiros gostam muito, e segue para os andares altos. Servimos uma taça de champanhe e não há filas”, disse. O passeio custa 2.700 euros (que pode ser rateado por até seis pessoas; há guia fluente em inglês e eventualmente espanhol).
Ruivo também menciona a recente qualificação dos “cadeaux”, os suvenires turísticos alusivos à torre e a Paris, com a troca que houve dos “produtos chineses” por nacionais; ainda foi lançado um macaron -o mais emblemático produto da patisserie francesa- alusivo. Por fim, o restaurante “embarcado” na edificação, o Jules Verne, recebeu em 2024 sua segunda estrela do guia Michelin.
Não está claro o destino do mais recente inquilino da torre, o logotipo olímpico. A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, gostaria que os anéis ficassem ali até 2028, quando Los Angeles irá sediar os próximos Jogos de verão, mas o peso de 30 toneladas é um impeditivo. A associação que congrega os herdeiros de Gustave Eiffel, projetista da torre, pronunciou-se contra a ideia, sugerindo possíveis danos à estrutura.
Ruivo aposta numa solução salomônica e disse à Folha que uma versão mais leve do logotipo olímpico deverá ser levada à torre.
EXCELÊNCIA
Para Caroline Putnoki, Diretora da Atout France para a América do Sul, o luxo francês, que ela vê na “extrema qualidade” de disciplinas de seu país como moda, arquitetura, design, gastronomia e hospitalidade, tem conexão com a “arte de viver à francesa”. “É essa verdadeira filosofia de vida que se define pelo apreço à beleza, sofisticação e a busca do prazer em todos os aspectos da vida.”
A novidade é que a sustentabilidade entrou na equação. “Produtos e experiências de luxo agora buscam também o respeito ao meio ambiente e às comunidades locais, em consonância com um estilo de vida mais consciente.”
O France Excellence conta ainda em seu “line-up” de palestrantes com Diana Verde Nieto, fundadora da consultoria Positive Luxury e autora do livro na tradução livre para o português “Reimaginando o Luxo”. Sua consultoria busca aplicar conceitos de sustentabilidade a grifes de luxo e é proprietária de uma certificação dessas práticas. Ela fala na manhã de quarta (18).
PAULO VIEIRA / Folhapress