Forgotten Boys quebra hiato e volta em disco novo de rock vigoroso e com suingue

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Na próxima quinta-feira (19), quando a agulha tocar a primeira faixa do disco novo do Forgotten Boys, um hiato de quase 15 anos chegará ao fim. O evento de audição do vinil, em São Paulo, marca o retorno de uma das bandas mais queridas do underground roqueiro da cidade, que volta com dez músicas novas no álbum “Click Clack”.

Gravado na capital paulista com todos os músicos tocando ao mesmo tempo no estúdio, tipo um ao vivo sem público, o disco tem uma cara própria, diferente da urgência veloz das faixas de “Gimme More”, de 2003, e do brilho glam de “Taste It”, o último trabalho de inéditas do grupo, lançado em 2011.

“Click Clack”, que chega às plataformas de streaming no dia 25, é um álbum de rock adulto, no bom sentido, em que o quarteto soa como se tivesse se dado tempo suficiente para explorar o potencial e a sonoridade de cada instrumento —basta ouvir as texturas das guitarras em “Baby if You Haunt”, por exemplo.

Chuck Hipolitho, baterista e vocalista da banda, diz que gravar ao vivo em estúdio é “o jeito mais rápido e mais eficiente de fotografar” o Forgotten Boys e capturar a sensação do som do grupo. Fora que o resultado “tem uma energia diferente, um veneno, quando você ouve”.

Depois de mudar de formação diversas vezes em seus mais de 25 anos de história, o Forgotten Boys é agora um quarteto —além de Chuck, a banda conta com Gustavo Riviera na guitarra e vocal, Zé Mazzei no baixo e Dionisio Dazul na guitarra.

Riviera, o guitarrista, conta que o novo disco não tinha um conceito definido além da vontade da banda de gravar músicas inéditas —”Click Clack” foi feito sem muita expectativa sobre o resultado, criado durante a produção. Embora algumas canções tivessem esboços e ideias anotadas no celular, o álbum aconteceu durante as dezenas de ensaios e os “takes” da gravação —no máximo quatro por faixa.

Ao longo das últimas décadas, as experiências dos integrantes do Forgotten Boys em outras bandas e também de vida permitiram que eles arriscassem mais agora, e por que não trouxessem ao disco sonoridades que não remetem imediatamente à banda, como em “Sway”, um rock de levada suingada lançado como primeiro single.

Chuck diz que, se partirmos do groove da música e olharmos para o passado, podemos chegar a “Sympathy for the Devil”, dos Rolling Stones, canção com uma certa levada que influenciaria uma geração de bandas britânicas. Mas ele nega uma relação direta de “Sway” com a faixa de 1968. “Nossa referência é a gente mesmo”, afirma.

Embora o Forgotten Boys tenha tido relativo sucesso comercial na década de 2000, sobretudo na época do disco “Stand by the D.A.N.C.E.”, no qual cantavam algumas músicas em português, eles nunca foram um grande estouro nem deixaram a cena alternativa. E isso não é um problema, segundo o baterista, que conta que “a banda nunca virou um emprego”, embora seja fruto de um trabalho.

“Hoje a gente entende muito bem o valor do underground. E de onde vem o esquisito, o barulhento, uma coisa que é inquieta. E a gente se sente muito feliz nesse lugar e de ser uma banda que representa isso.”

LANÇAMENTO E AUDIÇÃO DO DISCO ‘CLICK CLACK’, DO FORGOTTEN BOYS

– Quando 19 de setembro, a partir das 20h

– Onde Artsy Club Studios – r. Simpatia, 301, São Paulo

– Preço R$ 30; valor pode ser deduzido da compra do LP

– Link: https://www.sympla.com.br/evento/forgotten-boys-lancamento-do-lp-audicao-exclusiva-em-vinil-do-click-clack/2630961?referrer=l.instagram.com

JOÃO PERASSOLO / Folhapress

COMPARTILHAR:

Participe do grupo e receba as principais notícias de Campinas e região na palma da sua mão.

Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.

NOTÍCIAS RELACIONADAS