Marçal indicou que seguiria no debate após agressão e depois mudou de ideia

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um áudio com a discussão no debate da TV Cultura após a agressão de José Luiz Datena (PSDB) a Pablo Marçal (PRTB), na noite deste domingo (15), mostra que o influenciador indicou que iria seguir no programa, mas depois mudou de ideia.

Ele passou a noite no hospital Sírio Libanês e teve alta na manhã desta segunda-feira (16). O boletim médico afirmou que Marçal teve “traumatismo na região do tórax à direita e em punho direito, sem maiores complicações associadas”.

Logo após a agressão com uma cadeira, a transmissão foi interrompida, mas o bate-boca continuou dentro do teatro B32, na avenida Faria Lima, onde a TV Cultura realizou o debate. A imprensa não tinha acesso ao local.

Um vídeo mostra os momentos seguintes à cadeirada, quando, primeiramente, Marçal indicou que iria sair do debate por ter sido agredido.

Após expulsar Datena, o mediador do debate, Leão Serva, afirma que o “candidato Marçal está se retirando por vontade própria”, ao que o influenciador responde: “vontade própria não, fui agredido”.

O áudio da Folha de S.Paulo mostra a continuação da confusão, quando o candidato do PRTB diz: “Acertaram minha costela”. Leão, então, avisa que o programa não está no ar e que continuará “depois que os ânimos se acalmarem”. Nesse momento, Marçal indica que vai seguir no debate.

“Candidato Marçal, você quer continuar no programa? Então você vai continuar, mas seus ânimos estão acalmados ou não? Tá bom”, diz Leão Serva.

Em seguida, o mediador pede que Datena se retire —o tucano queria deixar o palco ao vivo, quando a transmissão retornasse, mas Leão Serva não permitiu: “Não, vai se retirar agora”.

“Candidato Datena, eu tenho que pedir que você se retire do programa porque isso que aconteceu não é possível continuar. […] Eu não posso admitir um candidato que joga a cadeira”, argumenta ainda o apresentador.

Leão Serva ainda pergunta a Marçal mais uma vez se ele se sente bem para continuar no debate, questão que também dirige a Tabata Amaral (PSB), Ricardo Nunes (MDB), Marina Helena (Novo) e Guilherme Boulos (PSOL).

Por fim, o mediador anuncia que Marçal mudou de ideia. “Então, o candidato Marçal vai sair também, nós seguimos o…”, diz Leão, que não completa a frase.

Ao deixarem o teatro após o fim do programa, assessores de outros candidatos afirmaram que Marçal, de fato, iria continuar no debate a princípio, mas decidiu sair após falar com sua equipe. Auxiliares do influenciador afirmaram à imprensa que ele tinha dores no tórax e dificuldade para respirar.

Eles também lamentaram que Marçal tenha perdido a oportunidade de aparecer na TV, já que o PRTB não tem direito à propaganda de rádio e TV.

“Essa vitrine, que é o debate, ele perdeu. Ele foi ofendido lá outras vezes sem ter o direito de se defender. Eu quero saber como é que a emissora vai nos ressarcir em relação a isso, se eles vão fazer um novo programa exclusivo com Marçal, se eles vão computar quanto tempo ele ficou sem aquela exposição e vão dar esse tempo a ele… Não sei o que eles vão fazer, mas alguma coisa eles precisam fazer”, afirmou Luma Vidal, assessora de Marçal, na noite de domingo.

Imagens feitas no estúdio após a agressão mostram que Marçal seguiu de pé e fez provocações a Datena. O candidato do PRTB deixou o local caminhando e, segundo sua assessoria, chegou a entrar em seu carro para ir ao hospital, mas depois optou pela ambulância que estava à disposição no teatro.

De acordo com Luma Vidal, eles resolveram usar a ambulância porque Marçal reclamava de dor na costela e seria mais confortável para ele ir deitado, além de ser mais rápido. O candidato explorou o episódio em suas redes e postou, por exemplo, um vídeo do seu deslocamento de ambulância ao som de sirenes.

Auxiliares do candidato indicaram que ele teve lesões na costela e na mão. Ao deixar o hospital, Marçal tinha o braço direito e um dedo da mão direita imobilizados, e indicou que estava com uma “leve fissura” no sexto arco costal, osso da costela.

Durante sua estadia no Sírio-Libanês, ele apareceu em vídeo postado em suas redes sociais usando uma pulseira verde. A cor do acessório indica que seu caso foi considerado de baixo risco.

CAROLINA LINHARES E ISABELLA MENON / Folhapress

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