Reforço do São Paulo não vê sacrifício com calendário

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O norte-irlandês Jamal Lewis foi apresentado nesta segunda (16) como novo reforço do São Paulo. O lateral esquerdo destacou que quer fazer uma imersão em São Paulo, elogiou o cultura do Brasil e disse que não se intimida com a quantidade de jogos no calendário do futebol no país.

“Fiz pesquisas, conversei com pessoas, me explicaram como tem os jogos locais do campeonato estadual, nacional e internacional. Para mim vai ser ótimo, vou jogando esses jogos, não vejo um problema, as viagens.

É é um país muito grande, dimensões continentais, mas recebemos para isso, para fazer o que amamos, se viajar para jogar mais partidas é um sacrifício, vou ser bem feliz fazendo isso. Estou animado para as próximas partidas. Para mim, quanto mais partidas, menos treinos [risos]”, disse o jogador.

Cultura e mercado brasileiro: “O Brasil é muito conhecido pela cultura, pelas pessoas, amor pelo futebol desde pequenos. Até para mim, na Inglaterra, adoro o futebol brasileiro, as praias, estilo Ronaldinho, jogadores brasileiros nas Copas do Mundo… Tenho muito orgulho de vir ao Brasil, quero mergulhar na cultura daqui de São Paulo. Muitos atletas vindo para o Brasil e isso demonstra a qualidade da liga, do Brasileirão, das pessoas. Quero aproveitar e aproveitar o jogo”.

Escolha pelo São Paulo: “Muito orgulhoso de representar um time tão grande. Quando a oportunidade veio, meu agente me comunicou do interesse do São Paul e eu disse: ‘Vamos fazer e rápido’. Peguei voo e vim para São Paulo”.

Comunicação com o elenco: “São Paulo está sendo ótimo, me ajudando. Falar em português é um processo que vou ter, amo aprender, abraçar a cultura brasileira, quero me imergir nessa cidade. Para mim é mais eu me adaptar no meu ambiente do que o contrário. Quero falar português, conhecer os fãs também, é muito importante. Alguns colegas de time estão me ajudando com inglês, mas vou ter um professor nas próximas semanas, vou melhorar minha fala”.

Fazer carreira no Brasil: “Assinei um empréstimo, mas gostaria que isso fosse permanente, construir uma carreira aqui”.

O QUE MAIS ELE DISSE

Lacuna entre futebol brasileiro e europeu: “Vai levar um tempo para eu ter uma opinião mais embasada do futebol brasileiro em comparação com a Europa. Não vejo que haja um atraso, tem uma razão de por que tem tantos atletas vindo para o Brasil, jovens e estrangeiros, jogar no Brasileirão. Estão vendo que o campeonato pode ser competitivo, tem cada vez mais atletas de fora e isso mostra qualidade, infraestrutura. É um processo muito empolgante para mim, orgulho de representar meu país aqui”.

Seu cartão de visitas: “Sou lateral, mas jogo principalmente no lado esquerdo. Adoro avançar para o ataque, sou bastante flexível, corro bastante, gosto de fazer cruzamentos, gerar assistências. Na defesa gosto de ajudar a não tomar gols. me orgulho bastante de ter um jogo bastante equilibrado na defesa e no ataque. (..) Mostro essa flexibilidade no estilo de jogo, posso jogar em diferentes formações e posições”.

Primeiros minutos em campo: “Fiquei muito feliz de contribuir para a vitória da equipe [contra o Cruzeiro]. Fiquei muito feliz com essa estreia, e espero que nas próximas semanas e meses os meus colegas vão ver meu jogo e eu quero poder ajudar a equipe. (..) Ainda que tenha sido jogo fora de casa, foi muito bom ver os torcedores, toda hora fazendo muito barulho e dando muito apoio. Sou muito grato por esse suporte todo, pudemos retribuir com a vitória, assistir jogos. Atmosfera será incrível [no Morumbis]”.

Situação oposta à de Welington: “Falei com Welington, o inglês dele ainda não está tão bom, de repente ajudo ele com isso e ele me ajuda com o português [risos], mas acho que ele vai aproveitar a oportunidade. Alguns atletas gostam de ficar na zona de conforto e outros gostam de conhecer novas culturas, novos países, desejo o melhor. Ele está fazendo movimento oposto ao meu, desejo o melhor a ele”.

Vinda ao Brasil: “Conheço Joelinton [do Newcastle], os brasileiros lá na Europa nem precisam falar tanto do Brasil, eles representam o pais, fazem parecer que é um lugar incrível, com pessoas legais. Todos que conheci em Londres, tem muitos brasileiros lá, as pessoas representam o país muito bem, fiquei muito animado de vir ao Brasil. Joguei toda minha carreira na Inglaterra, gostaria de jogar em uma liga diferente para aprender a cultura, tipo de jogo diferente. A carreira é curta, é uma ótima oportunidade para estar em um lugar diferente, ser parte de um time que vai ganhar muita coisa. É mais especial fazer isso em outro país”.

Imersão em São Paulo: “Quero encontrar um lugar par amorar, seria legal no ritmo da cidade, Construir momentos com minha esposa, fazer amigos explorar a cidade. Nas próximas semanas vou conversar com meus colegas, ver recomendações de restaurantes, lugares legais para ir com a família, conhecer a cultura e pessoas. Quero sentir bem confortável”.

Importância da Libertadores: “É uma copa realmente muito importante, estou chegando na equipe agora, mas estamos querendo ganhar, seguir e conquistar o troféu. Quando cheguei eles disseram que teve um período de seca [de títulos], então queremos seguir ganhando, é uma ótima oportunidade. Temos atletas de qualidade aqui”.

Violência no futebol brasileiro: “Eu vi alguns vídeos em redes sociais, de umas brigas… Os torcedores aqui são apaixonados. Confronto com o elenco acontece menos na Inglaterra, não se vê isso lá. Torcedores do Newcastle são bem apaixonados, mas não fazem isso. Quando você joga para um time grande para o São Paulo, precisa atender às expectativas dos torcedores. É um nível em que precisamos estar. Vi alguns vídeos, espero que isso não aconteça comigo, todos adoramos o jogo pela pureza que é. Se isso acontecer, espero que possamos seguir adiante e jogar futebol simplesmente.”

Contato com Zubeldía: “Pude conversar um pouco com ele, conhece minhas qualidades que me trouxeram ao clube, minha flexibilidade. É um relacionamento que gostaria de construir e compreender o que ele precisa de mim, nos treinamentos e pessoalmente. Também aprender um pouco de espanhol para conversar com ele”.

QUEM É JAMAL LEWIS

Tem 26 anos e é o primeiro jogador britânico a defender o São Paulo. Ele nasceu em Luton, na Inglaterra, mas defende a seleção da Irlanda do Norte, país de sua mãe.

Chega por empréstimo junto ao Newcastle, com contrato até o fim de junho de 2025 e opção de compra. O atleta defendeu três clubes na carreira, todos ingleses, até fechar com o Tricolor. Começou a carreira no Norwich City, foi contratado pelo Newcastle e depois emprestado ao Watford.

Lewis vai brigar por posição com Welington, que assumiu a titularidade na lateral esquerda no início desta temporada. O brasileiro, no entanto, vai deixar o clube em janeiro rumo, coincidentemente, ao futebol inglês -fechou pré-contrato com o Southampton.

É polivalente em campo. Também joga como meia ou atacante atuando pelo lado esquerdo. Ele, inclusive, desempenhou ambas as funções pela sua seleção na última Data Fifa.

O novo camisa 3 do Tricolor paulista fez a sua estreia no último domingo (15), na vitória por 1 a 0 sobre o Cruzeiro, fora de casa. Ele começou no banco de reservas e entrou na reta final do jogo, atuando por cerca de 20 minutos.

ANDRÉ MARTINS / Folhapress

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