RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Um militar da Marinha foi preso nesta segunda-feira (16) durante uma operação da Polícia Federal contra o Comando Vermelho, no Complexo da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro. O cabo, que não teve o nome divulgado, é apontado como responsável pela operação de drones lançadores de granada para a facção criminosa.
A investigação começou depois de um ataque de traficantes do Comando Vermelho contra milicianos, com a utilização de drones equipados com dispensadores capazes de arremessar artefatos explosivos, na comunidade da Gardênia Azul, na zona oeste do Rio.
Durante as apurações, a PF identificou o militar suspeito de operar a aeronave remotamente em um ataque, ocorrido em 15 de fevereiro.
Os drones também teriam sido usados pela facção criminosa para monitorar as ações policiais realizadas no Complexo da Penha e em outras áreas dominadas pelo CV.
Segundo a PF, o militar foi preso em seu posto de trabalho. Contra ele foi cumprido um mandado de prisão preventiva.
A Marinha do Brasil confirmou a prisão de um cabo pertencente à Força, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio. Informou ainda que irá contribuir com os procedimentos necessários para a apuração dos fatos.
Durante a operação nesta segunda, criminosos entraram em confronto com policiais federais que tentavam cumprir outro mandado de prisão no Complexo da Penha.
A PF afirmou que as equipes foram recebidas a tiros e revidaram. Ainda segundo a corporação, quatro moradores foram atingidos por estilhaços de disparos feitos por criminosos. Todos os feridos já receberam alta.
A plataforma Onde Tem Tiroteio registrou confronto por volta das 8h. Nas redes sociais, moradores relataram que ao menos cinco blindados da PF atuaram na localidade. Em vídeos publicados, é possível ouvir as sequências de disparos.
Em razão da ação, a clínica da família da região suspendeu as atividades externas, como as visitas domiciliares. Em relação às unidades escolares, a Secretaria Estadual de Educação informou que um colégio precisou ser fechado. Na rede municipal, duas escolas foram impactadas.
Após o confronto, a operação foi suspensa. “Para evitar um confronto armado de maiores proporções e preservar a população local, a equipe da deflagração optou por não prosseguir com a ação”, informou a PF.
Os alvos dos mandados de prisão preventiva (sem prazo), já denunciados pelo Ministério Publico do Rio, vão responder pelos crimes de organização criminosa e posse de material explosivo.
De acordo com a PF, o nome da operação remete à história dos drones, que surgiram com uma inspiração em bombas voadoras alemãs conhecidas como Buzz Bomb. O armamento, criado pela Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial, recebeu esse nome devido ao barulho que fazia enquanto voava.
ALÉXIA SOUSA / Folhapress