Após quatro dias de intenso combate, o incêndio que devastou parte da mata nativa da Reserva do Aguapeí foi controlado na segunda-feira (16), em Castilho, interior de São Paulo. A Defesa Civil mobilizou aviões para conter as chamas que ameaçavam a biodiversidade local. A operação envolveu também o uso de um helicóptero Águia da Polícia Militar, que auxiliou nas áreas de difícil acesso.
O Parque Estadual do Aguapeí, que abrange 9 mil hectares e está situado na região oeste do estado, inclui os municípios de Castilho, Guaraçaí, Junqueirópolis, Monte Castelo, Nova Independência e São João do Pau d’Alho. A área total devastada pelas chamas ainda não foi divulgada pela Defesa Civil, mas o impacto foi significativo, tanto na vegetação quanto na fauna protegida pela unidade de conservação.
O incêndio teve início em propriedades rurais na quinta-feira (12) e se alastrou até o parque, que protege importantes áreas de vegetação nativa e fauna em risco. A região abriga o Rio Aguapeí e formações alagadiças conhecidas como “Pantaninho Paulista”, lar de espécies como o cervo-do-pantanal, jacaré-do-papo-amarelo, tuiuiú e anta, todas sob proteção ambiental.
Mesmo com o controle das chamas, dois aviões permaneceram realizando o rescaldo na segunda-feira para evitar o surgimento de novos focos. A ação foi essencial para garantir que o fogo não reacendesse, especialmente devido à grande extensão da área afetada. A Defesa Civil informou que, no momento, não há mais focos ativos de incêndio.
Além da destruição no parque, três assentamentos rurais na região de Castilho também foram atingidos, resultando em perdas para produtores. Plantações, estruturas como currais e até animais foram consumidos pelo fogo. O impacto econômico para a comunidade foi severo, levando a Prefeitura de Castilho a considerar decretar estado de calamidade pública ou emergência para obter recursos do governo estadual e auxiliar os trabalhadores prejudicados.
Durante o pico da operação, no sábado (14), cinco aeronaves foram utilizadas para combater o incêndio, com cada voo de aproximadamente 10 minutos despejando 1,7 mil litros de água. A dificuldade de acesso ao local foi um dos principais obstáculos para controlar as chamas, o que intensificou a mobilização dos recursos aéreos.