BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira (17) que o governo brasileiro deve diversificar o financiamento de setores voltados para a exportação, mesmo com a queda da taxa de juros nos Estados Unidos.
Haddad ainda afirmou que a exportação pode ser o “carro-chefe” desse ciclo de crescimento econômico.
O ministro da Fazenda também disse que o arcabouço fiscal precisa ser cumprido e que o Brasil “só tem a ganhar” seguindo essa diretriz.
“A primeira compreensão [que devemos ter] é que arcabouço fiscal tem que ser cumprido. Temos que perseverar nessa toada até reestabilizar as finanças, porque o Brasil só tem a ganhar. Vamos voltar a crescer acima da média mundial, depois de dez anos crescendo abaixo da média mundial”, afirmou.
Haddad participou de cerimônia no Palácio do Planalto, ao lado do presidente Lula (PT), para a assinatura de convênio entre o Sebrae e a Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), que prevê mais de R$ 175 milhões para pequenos negócios exportadores.
O chefe da equipe econômica defendeu mecanismos para aumentar a exportação do Brasil. Acrescentou que, mesmo a perspectiva de queda da taxa de juros dos Estados Unidos, é preciso investir na venda para o exterior, após anos pensando apenas no mercado interno, na substituição de importação.
“Mesmo agora com redução da taxa de juros americanas, temos que diversificar nossas fontes de financiamentos buscando os melhores negócios para os nossos produtos”, afirmou o ministro.
Fernando Haddad afirmou que a economia brasileira tem todas as condições de entrar num ciclo sustentável de crescimento ao longo dos próximos anos. Acrescentou que as exportações podem ser o principal mecanismo desse ciclo, e que elas dependem de um conjunto de “tributo, crédito e seguro”.
Disse ser necessário que os pequenos produtores e exportadores tenham as mesmas garantias dos grandes. Haddad também defendeu que o país se transforme numa “plataforma de exportações”.
O ministro da Fazenda citou que é necessário negociação e paciência para avançar com uma agenda estruturante, sem detalhar a que medida se referia no dia anterior, Lula havia sancionado a desoneração da folha de pagamento, que foi alvo de disputa com alguns setores e dentro do Congresso Nacional.
RENATO MACHADO / Folhapress