RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Foi com versões roqueiras de “Leilão” e “Greta”, do disco “Lady Leste”, de 2022, que Gloria Groove começou seu show no palco Sunset do Rock in Rio na noite desta quinta (19).
Depois de estrear no festival naquele mesmo ano, com uma apresentação à tarde para um público grande, a drag queen chegou neste ano com repertório turbinado por mais dois álbuns –um de funk e outro de pagode.
“Aproveitando os 40 anos do Rock in Rio eu resolvi fazer o que qualquer drag queen faria: uma grande festa”, disse, no começo da apresentação. “Então Medina, Zé Ricardo, se preparem para assoprar a velinha porque o bolo tá servido”, brincou, apertando seus peitos.
Ela fez medleys misturando canções de vários momentos de sua carreira em novas versões, como “Catuaba”, com Aretuza Lovi, “Império” e “O Proceder”.
Também usou samples de faixas como “Drop Like It’s Hot”, de Snoop Dogg, “Tire a Camisa” e “Elas Estão Descontroladas”, do Furacão 2000, em suas músicas.
Enquanto tudo isso acontecia, caprichava no funk na frente de um enorme paredão de som no telão em “Bonekinha”, “A Meia Noite”, parceria com Pabllo Vittar, “Ao Som do Tuim” e “SFM”, feat. com Hariel.
Depois disso, partiu para as músicas de amor –a cereja do bolo na sequência de shows de pagode e de samba que o festival teve nesta quinta, com Fundo de Quintal, Ferrugem e Xande de Pilares.
Depois da bem-sucedida versão de “Radar”, música sua de 2022 projetada no ano seguinte pela versão pagodeira que Ludmilla incluiu em seu projeto “Numanice”, Gloria Groove se inspirou e lançou o álbum “Serenata da GG”, com músicas do gênero, neste ano.
“Nosso Primeiro Beijo”, o maior hit dessa leva, encontrou a mesma resposta no show, levantando mesmo quem não tinha se animado ainda –e iniciando uma pegação coletiva entre os casais no público.
“A Tua Voz” , também cantada com Ludmilla, e a nova “Rosas”, uma versão de Ana Carolina, também fizeram sucesso –a última acompanhou um momento meio Roberto Carlos, com Groove jogando as flores vermelhas para a plateia. Mas foi “Radar” que mais animou.
Clássicos brasileiros, como “Magalenha”, de Sergio Mendes, e “Canta Brasil” de Gal Costa, também complementaram a festa, com a paulista e seu balé vestidos com roupas de de escola de samba e na frente de uma imagem da Sapucaí.
O momento foi crescendo até culminar nos maiores hits de sua carreira, que colocaram para dançar até o chão o público, já meio esvaziado pela concorrência do palco principal, que receberia Ed Sheeran minutos depois.
“Coisa Boa”, “Arrasta”, “Bumbum de Ouro”, “Arrasta”, “Vermelho” e “A Queda”, certamente uma das sequências mais animadas deste Rock in Rio, fecharam o show –e comprovaram que poucos entendem tanto de fazer festa quanto uma drag queen.
LAURA LEWER / Folhapress