BELÉM, PA (FOLHAPRESS) – O ministro do Turismo, Celso Sabino, anunciou nesta sexta-feira (20) que a pasta vai liberar recursos do Fungetur (Fundo Geral do Turismo) para ajudar empreendimentos afetados pelas queimadas. A pasta ainda não passou informação sobre valores ou como a medida vai funcionar.
Ele também afirmou que o governo federal tem atuado desde o início com empenho para identificar e reduzir os focos de fogo.
“O presidente Lula, pessoalmente, desde o primeiro sinal de fumaça, convocou o Congresso, convocou os governadores, convocou os ministros para enfrentar essa situação, como fez na [tragédia do] Rio Grande do Sul”, afirmou Sabino depois da abertura oficial do G20 Turismo em Belém (PA), sua cidade natal.
Questionado em coletiva sobre como o ministério tem avaliado o impacto das queimadas para o turismo nacional, respondeu que o cenário impacta o setor e a economia em qualquer país do mundo, mas que o governo está atento ao movimento para mitigar danos.
“O governo não se omitiu. O governo não negou. O governo está enfrentando isso [as queimadas] de cara limpa e de peito aberto, chamando todos os atores que podem participar, que podem influenciar e que podem ajudar, o Congresso Nacional, o Poder Judiciário e toda a equipe do governo do presidente Lula”, disse Sabino. “Todos os ministérios estão focados. Nós não vamos negar, como aconteceu no passado, essa situação”.
Enquanto sedia o G20 com foco em sustentabilidade e se prepara para a COP30, a conferência da ONU sobre mudanças climáticas, o Pará enfrenta crise com seca e queimadas. A Polícia Federal investiga a ocorrência de possíveis incêndios criminosos.
O Pará tem 6 das 20 cidades que sozinhas concentram 85% dos focos de calor do país e está em situação de emergência nível dois por causa do agravamento das queimadas.
Na terça-feira (17), o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), decretou situação de emergência nível dois no estado devido ao agravamento das queimadas e da seca.
O decreto autoriza a mobilização de todos os órgãos e entidades estaduais para atuarem em resposta ao “desastre e reabilitação do cenário” presente no território.
Segundo o governo, o quadro tem causado impactos graves no abastecimento de água potável, agricultura, pecuária e outras atividades, além de incêndios florestais em áreas de preservação e danos à saúde devido à qualidade do ar.
Além disso, há o aumento de 200% nos focos de queimadas se comparado ao mesmo período do ano passado, ainda de acordo com o governo estadual.
Governadores que fazem oposição a Lula criticaram o governo por suposto atraso no combate às queimadas. O presidente assinou nesta quarta-feira (18) medida provisória que destina R$ 514 milhões para o combate aos incêndios na amazônia.
A reportagem está no Pará a convite do Ministério do Turismo.
ANA GABRIELA OLIVEIRA LIMA / Folhapress