BELÉM, PA (FOLHAPRESS) – Ministros do G20 assinaram neste sábado (21) em Belém (PA) um acordo para o turismo global com foco em desenvolvimento sustentável e resiliência. O documento reúne as principais recomendações sobre o setor a ser entregue à Cúpula da Presidência do G20, que ocorre em novembro no Rio de Janeiro.
Desde a quinta-feira (19), as discussões do grupo giraram em torno do desenvolvimento do turismo global e seu papel como vetor para a sustentabilidade econômica e social, com atenção para conceitos como resiliência e o papel do setor na empregabilidade de grupos vulneráveis como mulheres e jovens.
O turismo é importante vetor econômico e respondeu por 7,6% do PIB mundial em 2022, empregando quase 296 milhões de pessoas, segundo dados do Conselho Mundial de Viagens e Turismo.
De acordo com a Fecomércio-SP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), o setor faturou R$ 95,3 bilhões no primeiro semestre deste ano. O Ministério do Turismo fala na criação de cerca de um a cada dez empregos formais relacionados à área no período.
O texto discutido pelos ministros destacou a importância da produção de dados sobre o setor para a tomada de decisão. Outro foco foi a importância do treinamento de profissionais como chave para ajudar no crescimento do desenvolvimento sustentável e no fomento à inovação.
O grupo também citou o papel das micro, pequenas e médias empresas como centrais para a resiliência econômica do turismo e a importância das parcerias público-privadas. Destacou, ainda, a necessidade de linhas de financiamento em áreas prioritárias: resiliência climática, turismo positivo para a natureza e desenvolvimento social, de novos produtos turísticos nas comunidades locais e de infraestrutura.
O encontro aconteceu em momento de impacto para o turismo relacionado às queimadas, concentradas de maneira significativa no Pará. O estado foi um dentre seis instados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) na quarta-feira (18) para apresentar em 30 dias um diagnóstico com diagnóstico por concentrarem 85% dos focos de calor em apenas 20 municípios brasileiros.
As queimadas, como a ocorrência de megaincêndio na Terra Indígena Kayapó, na região do Xingu, trazem danos à população, que vive em situação de emergência nível 2 devido ao agravamento do quadro desde o último dia 17, quando o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), assinou o decretou.
Durante o evento, o ministro do turismo brasileiro, Celso Sabino, anunciou que a pasta pretende liberar recursos do Fungetur (Fundo Geral do Turismo) para ajudar empreendimentos afetados pelas queimadas.
Participaram de eventos ocorridos entre quinta-feira e sábado autoridades nacionais, como o ministro das Cidades, Jader Filho, e representantes internacionais, a exemplo do secretário-geral da ONU Turismo, Zurab Pololikashvili.
A repórter está no Pará a convite do Ministério do Turismo.
ANA GABRIELA OLIVEIRA LIMA / Folhapress