PM instala blocos de concreto para dificultar passagem em ruas da Maré

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A Polícia Militar instalou nesta segunda-feira (23) blocos de concreto em quatro ruas do complexo da Maré, conjunto de favelas na zona norte do Rio de Janeiro.

A intenção dos bloqueios nas ruas é criar “limitadores de velocidade” e dificultar a entrada de caminhões de grande porte, como caminhões-contêiner e caminhões-cegonha, que têm se tornadoos principais alvos dos roubos de carga.

Moradores reclamam da instalação do que chamam de “barricadas de concreto”. A Redes da Maré, instituição que atua na área, diz que os bloqueios vão dificultar o abastecimento do comércio local, como bares e construção civil.

“Uma empresa localizada em uma das ruas que está com bloqueio informou que 14 funcionários não conseguiram trabalhar na data de hoje”, disse a Redes da Maré nesta segunda (23), em nota. A instituição estima que haja mais de 3.000 empreendimentos ativos no conjunto de favelas.

Os blocos de concreto foram instalados no meio das ruas Sargento Silva Nunes, Bitencourt Sampaio, Teixeira Ribeiro e Vinte e Nove de Julho, nas favelas Nova Holanda e Parque Maré. As quatro ruas dão acesso a avenida Brasil, principal via do Rio, com alto movimento de caminhões.

Moradores argumentam que os blocos de concreto podem também atrapalhar a passagem de veículos de serviço, como ambulâncias.

Já a PM disse, em nota, que as estruturas “fazem parte de uma estratégia” para garantir a passagem de ambulâncias e veículos de serviços públicos, como luz e internet. A corporação argumentou que caminhões de eixos simples e de até dois eixos traseiros conseguirão passar.

Disse ainda que os blocos de concreto foram instalados “respeitando o direito de ir e vir da população”.

A PM fez nesta segunda operação no Parque União, na Maré. Drogas e materiais supostamente utilizados para prática de estelionato, como máquinas de cartões de crédito, identidades e notebooks, foram aprendidos.

O número de registros de roubo de carga na 21ª DP (Bonsucesso), responsável pela maior parte dos registros de ocorrência da Maré, caiu na comparação 2023 e 2024.

Dados do ISP (Instituto de Segurança Pública) mostram que de janeiro a agosto de 2023 a delegacia registrou 160 casos. De janeiro a agosto deste ano, foram 133 casos.

Na quarta-feira (18), uma adolescente de 14 anos foi baleada após o carro em que ela estava com a família entrar por engano no Complexo da Maré.

O pai dirigia o veículo pela avenida Brasil e tentava acessar a Linha Amarela, uma das principais vias expressas da cidade. Mas a orientação do GPS o levou à Baixa do Sapateiro, uma das favelas da Maré, que fica às margens da via.

YURI EIRAS / Folhapress

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