Polícia investiga hipótese de tentativa de sequestro em morte de engenheira em Moema

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um homem foi preso por policiais civis no início da madrugada desta terça-feira (24) por suspeita de envolvimento na morte da engenheira Eliane Toniolo, 63.

Ela foi assassinada dentro da casa na qual morava com a filha na alameda dos Jurupis, em Moema, zona sul de São Paulo, durante uma invasão na quarta-feira (18).

Segundo a investigação, o homem detido nesta terça é suspeito de ter ficado de vigia enquanto outros dois homens entravam no imóvel. O motorista não chegou a descer do veículo, e acompanhou a distância a dupla invadir o local.

A Justiça decretou a prisão temporária dele por 30 dias. Outras três pessoas suspeitas de participarem do crime são procuradas.

A Polícia Civil ainda investiga o que aconteceu. “A gente trabalha com duas hipóteses, uma tentativa de roubo que acabou não consumando, porque acabaram matando a mulher antes de consumar o roubo, e também eventualmente uma tentativa de sequestro, já que existe a informação de que a vítima havia vendido a casa”, disse o delegado Eduardo Luis Ferreira, titular do 27° DP (Campo Belo), responsável pela investigação.

Mãe e filha já tinham objetos empacotados para deixarem a residência no final daquela semana. O imóvel havia sido vendido para uma construtora.

A prisão ocorreu após a análise de vídeos por parte dos investigadores. As primeiras apurações apontavam que os ladrões estavam em dois carros. Novas imagens obtidas mostraram que um terceiro veículo, um Hyundai Creta branco, ficou estacionado um pouco mais afastado durante a ação.

Com base na informação, os policiais conseguiram obter a placa do automóvel, registrado no nome de uma mulher. Os investigadores seguiram para o endereço dela, na praça Alberto Lion, no Cambuci, centro de São Paulo.

Os policiais chegaram ao local e viram a mulher e um homem perto do carro investigado. Ao avistar a viatura e os policiais o homem correu para dentro de um prédio residencial.

Segundo o delegado, o suspeito se trancou no apartamento onde vive com a mulher. Foram necessárias horas de conversa até que ele decidisse se entregar.

A investigação aponta que o preso possui diversas passagens por crimes patrimoniais. Os investigadores descobriram que, no dia da morte de Eliane Toniolo, que ocorreu pouco depois das 4h, o homem chegou ao prédio onde mora por volta das 4h50.

O suspeito entregou para os policiais um celular, que seria dele, destruído e sem chip. Para o delegado, foi uma possível tentativa de destruir provas.

“Ele danificou todo o celular, jogou o chip fora. Ele quebrou até o carregador, o celular não carrega, não está funcionando o celular. Vamos tentar fazer perícia”, acrescentou Ferreira.

A reportagem não conseguiu localizar a defesa do preso.

O CRIME

A filha da vítima, de 28 anos, relatou aos policiais que elas dormiam no mesmo quarto quando ouviram, durante a madrugada, a cachorra de estimação latindo de forma anormal, por causa de barulhos.

De acordo com a jovem, Eliane deixou o quarto e retornou em seguida dizendo que o barulho talvez viesse de um vizinho. Pouco tempo depois, elas escutaram novamente um barulho e deixaram o quarto. Eliane então pegou um revólver velho que tinha encontrado guardado no cofre do pai, já falecido, no dia anterior. Ao chegar à porta entre a sala de jantar e a de estar elas viram ao menos uma pessoa.

A jovem contou que, ao notar que seriam roubadas, empurrou a porta, mas o bandido conseguiu impedir o fechamento. Eliane teria então levantado o revólver –foi quando recebeu dois tiros.

O homem fugiu. Uma equipe do Corpo de Bombeiros constatou a morte da engenheira no local.

PAULO EDUARDO DIAS / Folhapress

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