Em longa estiagem, São José do Rio Preto decreta situação de emergência hídrica

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em longo período de estiagem e com a represa municipal com baixo volume de água, São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, decretou situação de emergência hídrica na quarta-feira (25).

O decreto do prefeito Edinho Araújo (MDB) atende a solicitação de Nicanor Batista Jr., superintendente do Semae (Serviço Municipal Autônomo de Água).

“A escassez hídrica tem causado dificuldades no serviço de abastecimento de água e prejuízos econômicos privados expressivos, especialmente aos setores da agricultura e pecuária”, traz o decreto.

O decreto autoriza a mobilização de todos os órgãos municipais para atuarem, sob a coordenação da Defesa Civil municipal, “nas ações de resposta ao desastre e reabilitação do cenário”.

Pelo decreto, ficam dispensados de licitação os contratos de aquisição de bens necessários às atividades de resposta ao desastre, de prestação de serviços e de obras relacionadas com a reabilitação dos cenários dos desastres, desde que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 dias, contados a partir do decreto.

O Semae, a partir da norma, pode estabelecer regras excepcionais para combater o desperdício de água potável.

O racionamento não está descartado. “Estamos vivendo uma situação crítica. O Semae está operando no limite da sua capacidade. Estamos apelando para a colaboração de todos para que medidas mais drásticas, na restrição do abastecimento, sejam adotadas. Solicitamos que a população faça o uso racional e consciente de água. É preciso evitar o desperdício, é hora de economizar”, declarou Batista Jr.

O município está há 167 dias sem chuva expressiva, de acordo com o Semae (Serviço Municipal Autônomo de Água e Esgoto). A última foi registrada em 12 de abril, quando foram contabilizados 25,1 mm.

Ainda segundo o Semae, entre 1º de janeiro e 13 de setembro, o pluviômetro da ETA (Estação de Tratamento de Água) registrou 639,9 mm de chuva, uma redução de 47% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram verificados 1.208,1 mm.

A população é abastecida por três fontes de água: o rio Preto (20%); o aquífero Bauru (50%, com 380 poços perfurados); e o aquífero Guarani (30%, com nove poços profundos perfurados).

O rio Preto forma a represa municipal. Ela tem três lagos. A captação de água, na represa, é feita nos lagos 1 e 3. O lago 1 está 1,0 cm acima do vertedouro e o 3 está 0,5 cm acima. A captação de água na represa municipal está concentrada no lago 3, com vazão de 220 litros por segundo. A ETA suspendeu temporariamente a captação no lago 1.

FRANCISCO LIMA NETO / Folhapress

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