Softbank aposta agora na OpenAI e no ChatGPT, dólar tem sentidos opostos e o que importa no mercado

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Softbank aposta agora na OpenAI e no ChatGPT, dólar tem sentidos opostos e outros destaques do mercado nesta terça-feira (1º).

**SOFTBANK, O NOVO SÓCIO DA OPENAI**

O grupo de investimentos japonês SoftBank, conhecido por seus aportes arriscados em startups, está planejando investir US$ 500 milhões (R$ 2,47 bilhões) na OpenAI, criadora do ChatGPT.

Esse valor é apenas uma parte dos US$ 6,5 bilhões (R$ 32,13 bilhões) que a empresa de IA (inteligência artificial) busca levantar no mercado. As informações foram divulgadas pelo site The Information.

EXPANSÃO

Na OpenAI, o objetivo é usar o dinheiro para crescer e manter a liderança no setor, se distanciando de concorrentes como o Google.

Semanas atrás, a empresa lançou um novo modelo de IA, que promete “raciocinar” sobre temas complexos.

SOFTBANK

No grupo japonês, o investimento na tecnologia tem crescido, sendo visto como uma maneira mais certeira de alcançar retornos.

O grupo tem dois grandes fundos de venture capital (capital de risco): o Vision Fund 1 e o Vision Fund 2. Entenda os termos do universo das startups aqui.

Alguns investimentos feitos nos anos de ouro das startups, até 2022, pareciam ter ótimas perspectivas para o grupo, mas resultaram em prejuízo.

Um dos casos foi o da empresa de coworking WeWork, que recebeu bilhões do SoftBank, alcançou um valor de mercado de US$ 47 bilhões (R$ 231,02 bilhões), mas agora enfrenta uma crise.

INTERESSES

A entrada do fundo na OpenAI é vista como estratégica para apoiar outra startup com dinheiro do Softbank, a fabricante de chips Arm Holdings.

O SoftBank também estaria interessado em um projeto de dispositivo físico da OpenAI, que está sendo desenvolvido em segredo pelo ex-designer da Apple, Jony Ive.

Até agora, os fundos japoneses não haviam investido na OpenAI, mas sim em um de seus concorrentes, a Perplexity.

AVALIAÇÃO

Com o aporte, a OpenAI visa alcançar um valor de mercado de pelo menos US$ 150 bilhões (R$ 737,9 bilhões), consolidando-se no trio de startups mais valiosas do mundo.

Atualmente, o valor de mercado das startups mais valiosas, segundo a CB Insights, é:

1º lugar: ByteDance, dona do TikTok, estimada em US$ 225 bilhões (R$ 1,11 trilhão);

2º lugar: SpaceX, com US$ 200 bilhões (R$ 983,9 bilhões);

3º lugar: OpenAI, avaliada em US$ 80 bilhões (R$ 393,5 bilhões).

CAPTAÇÃO

A rodada está prevista para ser liderada pela Thrive Capital, com participação também da Microsoft, uma das primeiras investidoras na empresa.

A Apple estava entre as possíveis investidoras, mas, segundo o Wall Street Journal, a empresa teria desistido do aporte.

TURBULÊNCIAS

A captação bilionária ocorre em meio a uma reorganização na empresa criadora do ChatGPT.

O CEO e fundador, Sam Altman, está consolidando seu poder com aliados na diretoria, após sofrer um golpe em 2023 e logo ser renomeado.

Nos últimos meses, parte dos fundadores e antigos funcionários deixaram a empresa. A mais recente saída foi a da diretora Mira Murati.

**DÓLAR SOBE, MAS CAI**

O dólar fechou em leve alta nesta segunda-feira (30), a R$ 5,448, mas encerrou o mês de setembro em baixa, desvalorizando 3,28%.

Entre os motivos para a alta no dia estão a maior demanda típica do último pregão do mês e as incertezas sobre a queda dos juros nos Estados Unidos.

SINAIS OPOSTOS?

A moeda americana perdeu força globalmente em setembro após o banco central dos Estados Unidos cortar as taxas de juros, à medida que os dados mostraram uma desaceleração da inflação no país.

Os juros caíram da faixa entre 5,25% e 5,50% para o intervalo entre 4,75% e 5%.

SIM, MAS…

O presidente da instituição, Jerome Powell, sinalizou nesta segunda-feira que o ritmo de cortes de juros não deve se manter em 0,50 ponto percentual nas próximas decisões. O resultado foi uma valorização do dólar.

Dados do mercado de trabalho americano, a serem divulgados na próxima sexta-feira, devem ajudar a ajustar essas expectativas.

ENTENDA

O dólar tende a cair à medida que os juros nos Estados Unidos também caem, já que o rendimento de investimentos atrelados à renda fixa americana diminui.

Isso leva operadores a retirarem investimentos de lá e buscarem melhores retornos, inclusive em países emergentes como o Brasil.

VAI CAIR MAIS?

O preço do dólar também é influenciado por fatores internos no Brasil.

Juros altos por aqui, em tese, deveriam fortalecer ainda mais a nossa moeda, mas sinais de aceleração da inflação e preocupações com as contas públicas são vistos como obstáculos.

**CARRO, SEU NOVO COMPUTADOR**

As marcas de automóveis mudaram seu foco em inovação tecnológica nos últimos anos. Em vez dos motores, são os softwares para carros que agora recebem os investimentos.

Modelos elétricos e híbridos, assim como as redes de internet 5G, abriram caminho para veículos que se assemelham mais a computadores.

ENTENDA

Além de melhorar funções básicas, os softwares podem gerar mais receita a partir da coleta de dados dos usuários e serviços de assinatura.

Hoje, esses serviços geram cerca de US$ 300 milhões (R$ 1,6 bilhão), ou 3% das receitas globais das montadoras, de acordo com a consultoria Accenture.

O valor pode chegar a US$ 3,5 trilhões (R$ 19,3 trilhões) em 2040, representando quase 40% das receitas.

CORRIDA TECNOLÓGICA

Nessa disputa pelo veículo do futuro, as grandes fabricantes têm ficado para trás no desenvolvimento dos sistemas digitais.

Um levantamento da consultoria Gartner mostra que apenas três montadoras tradicionais —Ford, GM e BMW— estão entre as dez primeiras nessa área.

O segmento é dominado pelas chinesas Nio, Xpeng e BYD, além de americanas como Tesla, Rivian e Lucid.

A montadora de Elon Musk foi a pioneira em criar uma proposta de direção integrada a softwares, que auxiliam o motorista com direção autônoma e analisam com precisão as condições do carro.

Nesta semana, a BMW lançou um novo modelo de SUV que promete modos avançados de direção e até controle remoto via celular. A reportagem da Folha testou a direção.

TAREFA DIFÍCIL

Reportagem do Financial Times aponta que um dos desafios para as montadoras é cultural, além do retorno financeiro.

As empresas tiveram que absorver talentos de startups e grandes grupos de tecnologia, como Apple e Google, o que causa choques internos.

Analistas do Goldman Sachs estimam que o custo de desenvolver um sistema operacional para veículos é de pelo menos US$ 11 bilhões (R$ 60 bilhões).

Veja abaixo em que pé estão algumas iniciativas:

– Toyota: A montadora japonesa criou uma subsidiária, batizada de Woven, e tem lutado contra os prejuízos que totalizaram US$ 888 milhões (R$ 4,9 bilhões) nos últimos dois anos.

A contratação do ex-executivo do Google James Kuffner como conselheiro sênior do grupo é uma aposta para garantir o lançamento do seu novo software em 2025, chamado Arene.

– Volkswagen: A gigante alemã decidiu recorrer a uma parceria bilionária com a americana Rivian depois de enfrentar problemas na sua unidade interna de softwares, batizada de Cariad.

– Volvo: No caso da empresa sueca, de propriedade da chinesa Geely, um SUV elétrico com software próprio e chips Nvidia foi lançado, mas atrasos no desenvolvimento levaram a empresa a criar uma versão mais simples que o desejado.

**O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER**

BETS NO BRASIL

Entenda quando e por que sites de bets devem ser bloqueados; prazo para tirar dinheiro será de dez dias; Ministério da Fazenda começa a desativar sites irregulares de apostas na próxima semana.

BANCO CENTRAL

Maiores índices de divergências no Copom ocorreram em governos do PT. Último racha ocorreu em maio e, desde então, cúpula do BC busca reafirmar coesão.

BANCO CENTRAL

Economistas interrompem série de dez semanas de alta na previsão da inflação; expectativa para Selic sobe. Boletim Focus também tem fim da sequência de seis semanas de aumento na expectativa do PIB.

VICTOR SENA / Folhapress

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