Presidente do Fluminense admite erros, defende Mano e diz que ação do São Paulo é ‘absurda’

RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – O presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, concedeu uma longa coletiva na tarde desta terça-feira (1) no CT Carlos Castilho. O dirigente iniciou a entrevista com um pronunciamento pedindo união entre clube, torcida e as diferentes correntes políticas. Além de diversas outras questões, também defendeu o trabalho e a continuidade do técnico Mano Menezes e classificou a ação do São Paulo no STJD -de tentar anular o duelo entre eles- como “absurda”.

“Quero dizer que é um momento que a gente precisa de união, do clube, da torcida, das pessoas que amam o clube. É uma situação que perdura por uma série de motivos. Vou abrir para perguntas, mas quero dizer que o objetivo de a gente estar aqui hoje é sobre o momento difícil que estamos vivendo dentro de campo. A ideia é buscar entendimento, estar unido, estar junto e a partir de quinta-feira voltar a trilhar o caminho das vitórias. Trazer os resultados para nos deixar na primeira divisão.”

O dirigente também defendeu a gestão de Mano Menezes, que chegou ao clube durante a temporada em substituição a Fernando Diniz.

“Quando ele chegou aqui, a gente tinha seis pontos. Éramos lanternas do campeonato. De lá para cá, ele tem 50% de aproveitamento. Hoje, só quem tem 50% é quem está em sétimo, oitavo lugar. Vamos ter que manter isso. Os times que estão próximos da zona (de rebaixamento) têm 33% de aproveitamento. Nós tínhamos os objetivos das Copas também. É difícil estar nas quartas de final da Libertadores e fazer uma prioridade. Disputamos as Copas para vencer, mas o objetivo principal era sair dessa situação incômoda no Brasileiro. Sei que as pessoas ficam muito tristes com essa oscilação, mas temos que ter a cabeça no lugar para não tomar decisões precipitadas. Nós temos também a rede social que diz que jogador bateu boca com treinador, que treinador discutiu com torcedor, e não podemos deixar que o externo chegue até a gente. Em nenhum momento passou pela nossa cabeça mexer no comando.”

Um fato que vem movimentando os bastidores do clube é a possibilidade de anulação do jogo contra o São Paulo, vencido pelo Fluminense por 2 a 0. O caso está em julgamento no STJD.

“Costumo dizer que há uma necessidade mesmo de reciclagem no geral. Não acho que exista absolutamente nada. Quando eu achar que existe algo premeditado, eu vou embora, não faz sentido participar. Os erros são repetitivos, principalmente de interpretação das regras do jogo. O Fluminense não vai falar desse tema aqui ou buscar anulação da partida (diante do Atlético-GO) como o São Paulo está fazendo contra nós, a meu ver de forma absurda. O Fluminense está ciente que todos esses são erros de fato, que acontecem. Temos que criticar os erros, mas não podemos achar desculpas porque não temos jogado bem. Contra o São Paulo, não há sequer erro de fato. Há o cumprimento da regra de jogo que não beneficia o infrator, pelo contrário. É uma vantagem convertida em falta que para a bola, o time do São Paulo tá todo postado.”

Em relação à temporada sem títulos, Mário Bittencourt admitiu erro de planejamento:

“Acho que passa pelo fato de que terminamos o ano de 2023 em dezembro. Tivemos um mês a menos de preparação. Houve uma decisão de início de competição, em que botamos o time titular para jogar assim que voltou, contra o Bangu. Todo mundo ficou extasiado com o fato de o time ter voltado e vencido aquele jogo com quatro dias de treino. Aquele movimento contrariou um pouco a preparação física e a fisiologia, porque entendíamos precisar dar jogo ao time para ganhar a Recopa. Se deixássemos o time treinando por mais 15, 20 dias, a LDU chegaria com mais ritmo de jogo e a gente só em treino. A Recopa era muito simbólica para nós, contra a LDU, no Maracanã. O time de garotos que o Marcão estava comandando era líder (no Carioca). O Fernando (Diniz) teve essa decisão (de antecipar o retorno) e nos justificou à época dizendo que era para o time chegar na Recopa com ritmo de jogo. Deu certo naquele momento, ganhamos a Recopa. Hoje acreditamos que isso tenha atrapalhado de alguma forma a continuidade no campeonato. A maioria das lesões que tivemos foi traumática, não muscular. Por isso digo que há uma dúvida se isso realmente pode ter sido um fator preponderante. As lesões do André, do Cano, do Keno… Não foram por trauma. O time veio se esfacelando.”

Redação / Folhapress

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