SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um vídeo divulgado pela Força Aérea dos EUA mostrou o momento em que um caça russo dá uma fechada em um jato F-16 americano, quase abalroando a aeronave em uma patrulha perto do Alasca.
O incidente ocorreu em 23 de setembro e só foi revelado agora pelo Norad, o centro de defesa aeroespacial dos EUA e do Canadá.
Naquele dia, caças F-16 americanos foram enviados para interceptar e acompanhar o voo de dois bombardeiros estratégicos Tu-95MS, conhecidos no Ocidente como Urso, um dos vetores de ataques nucleares da Rússia.
Os grandes quadrimotores estavam sendo protegidos por dois caças Su-35S, um dos mais modernos do inventário do país de Vladimir Putin.
O piloto de um dos F-16 estava filmando a operação, bastante rotineira, quando de repente um dos aviões rivais lhe corta o caminho e se se afasta, num movimento para tentar espantar o americano. No áudio, é possível discernir sua reação: “Holy fuck!” (o equivalente a “p… m…” em português).
A manobra viola as regras de engajamento desse tipo de interceptação, que ocorre quase diariamente nas zonas de atrito mundo afora: Báltico, mar Negro, mar do Sul da China, Taiwan, Ártico, Alasca, Síria, entre outros.
Quando anunciou a patrulha, o Ministério da Defesa da Rússia disse que ela havia ocorrido normalmente, sobre águas neutras. Mas os EUA, que ainda não tinham revelado a quase colisão, haviam dito que os aviões penetram a Zona de Identificação de Defesa Aérea um espaço aéreo informal em que aeronaves precisam informar o que estão fazendo por lá.
Recentemente, houve diversos entrechoques entre aviões militares russos, chineses e ocidentais, cortesia do clima exacerbado pela Guerra da Ucrânia. Um drone americano caiu no mar Negro no ano passado, atingido por um caça russo, por exemplo.
No Alasca, uma área importante por ser o caminho mais curto para bombardeiros nucleares russos se aproximarem dos EUA, e vice-versa, houve cinco interceptações só em setembro. Numa delas, voavam juntos bombardeios russos e chineses, uma cena cada vez mais comum.
IGOR GIELOW / Folhapress