SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Já na fila para entrar no cinema dava para imaginar que aquela pré-estreia de “Coringa: Delírio a Dois”, o novo filme do palhaço vilão do Batman, teria mais barulheira que um espetáculo de circo.
No saguão do Cinemark do shopping Pátio Paulista, em São Paulo, pelo menos 30 pessoas se amontoavam, eufóricas, na noite desta quarta-feira (2), várias delas com camisetas que estampam o rosto de Lady Gaga ou fantasiadas com figurinos que emulam looks da artista.
Gravando vídeos com o celular, uma pessoa perguntava em voz alta “vocês estão aqui para ver quem?”, ao que o grupo respondia em coro: “Lady Gaga, Lady Gaga, Lady Gaga!”.
A sessão das 20h30 era uma das várias programadas por aquele cinema para o primeiro dia de exibição de “Coringa: Delírio a Dois”, sequência do filme de 2019, agora com Gaga como coprotagonista. Veja, no vídeo a seguir, os fãs gritando pela cantora no fim da sessão.
Tida como diva dos gays, Gaga levou àquele cinema uma torcida organizada de pessoas da comunidade LGBTQIA+. Eles entraram todos juntos na sala, durante a exibição dos trailers, gritando, acenando, dando pulos, batendo os pés e fazendo dancinhas.
Bastou Gaga aparecer pela primeira vez em tela para o grupo todo fazer algazarra e impedir que os outros presentes na sala escutassem o som do filme ”dá o Oscar para ela”, um deles berrou. A sala, com mais de 200 poltronas, estava quase lotada.
A baderna não parou, e, após cerca de dez minutos de exibição, as luzes foram ligadas e o filme, interrompido. Alguns perguntaram em voz alta se talvez Gaga estivesse para entrar na sala.
Quem chegou ao local na verdade foram dois funcionários da Cinemark, acompanhados de três seguranças do shopping.
Um dos representantes da empresa disse que havia recebido muitas reclamações por causa do barulho, e pediu que o grupo de fãs se comportassem para não atrapalhar quem mais tinha pagado para ver o filme. Acrescentou ainda que não hesitaria em pausar o filme de novo se a balbúrdia continuasse.
Os seguranças voltaram minutos depois, quando Gaga começou a cantar sua primeira canção do filme, que é um misto de musical e drama de tribunal. O grupo de arruaceiros não voltou a se manifestar.
Lá pela metade do filme, muitos dos fãs da cantora, entediados, passaram a entrar e sair da sala repetidas vezes. Desciam as escadas batendo os pés com força. Um deles, vestido como Lady Gaga, fez menção de sair da sala, mas parou quando a cantora voltou a soltar a voz ele então, se ajoelhou e fez gestos de louvor em direção à tela. A sombra da sua silhueta cobriu boa parte da projeção.
A sessão só voltou a ter algazarra nos minutos finais, quando o grupo passou a protestar a cada nova canção que era entoada na trama após duas horas, até os fãs mais apaixonados já tinham enjoado da cantoria da sua diva favorita.
GUILHERME LUIS / Folhapress