CAMPO GRANDE, MS (FOLHAPRESS) – O último debate entre candidatos à Prefeitura de Campo Grande (MS) antes da eleição de domingo (6) teve Beto Pereira (PSDB) no foco, com menção a condenações e acusação de falta de compromisso com a capital de Mato Grosso do Sul.
Em resposta, o tucano disse que é Ficha Limpa e falou de escândalos políticos da última década para atacar Rose Modesto (União Brasil) ex-tucana e primeira colocada nas pesquisas de intenções de voto.
Quando era prefeito de Terenos (MS), Beto sofreu condenações no Tribunal de Contas que o obrigaram a devolver mais de R$ 500 mil. As contas da Prefeitura, porém, não foram reprovadas pela Câmara Municipal e, para a contagem da Lei da Ficha Limpa, as decisões contrárias a Beto na corte de contas prescreveram.
“Só na Prefeitura de Terenos você teve que se explicar 16 vezes”, disse Rose. Em seguida, a candidata do União Brasil publicou nas redes sociais vídeos com sósia do tucano com as mãos sujas.
Beto respondeu que é mentira que seja ficha suja e disse que aproveitaria o debate para “desmantelar essa quadrilha” de notícias falsas. “Acusações todos nós já passamos em algum momento […]. Se eu fosse ficha suja, eu não estaria aqui disputando o pleito”, afirmou.
O foco em Beto Pereira ocorre num momento de instabilidade do tucano, sob dúvidas do quanto o desempenho do candidato pode ser impactado por menções a ele em reportagens locais relacionadas a um suposto esquema de corrupção no Detran-MS.
O tucano tem em sua defesa uma certidão do Tribunal de Justiça do estado que diz não constarem processos de execuções penais. O Ministério Público também nega que Beto seja citado em delação sobre o caso.
O fato, porém, tem impactado a campanha do candidato do PSDB partido que tem hegemonia no Mato Grosso do Sul, mas nunca conseguiu eleger um prefeito da capital Campo Grande.
O debate foi realizado pela TV Morena, afiliada da Globo em Mato Grosso do Sul. Foi a última vez que os candidatos puderam discutir propostas e botar em prática suas estratégias para ganhar votos.
Participaram os candidatos de partidos que possuem representatividade no Congresso Nacional: Adriane Lopes (PP), Beto Pereira (PSDB), Camila Jara (PT), Luso de Queiroz (PSOL) e Rose Modesto (União Brasil).
A última pesquisa da Quaest, divulgada em 17 de setembro, mostrava Rose Modesto em primeiro lugar, com 31%.
Ela era seguida por Beto Pereira (25%) e Adriana Lopes (16%). No pelotão debaixo estavam Camila Jara (8%), Beto Figueiró (4%) e Luso de Queiroz (1%). Jorge Batista e Ubirajara Martins ficaram ambos com 0%.
Na pesquisa, realizada entre os dias 14 e 16 de setembro, se declararam indecisos 6% e outros 9% diziam votar branco, nulo ou sequer planejavam ir às urnas. A margem de erro é de três pontos percentuais.
As acusações contra Beto Pereira desgastaram a candidatura desde o levantamento. As campanhas, com base em outros institutos, veem uma situação de empate entre Rose, Adriane e Beto.
A expectativa no PSDB é que seu candidato consiga reverter o quadro negativo das últimas duas semanas. Um dos focos é aproveitar os candidatos a vereadores mais bem posicionados na coligação para servir como puxadores de votos.
Os partidos calculam que cerca de 30% do eleitorado ainda está indeciso. A expectativa é que a eleição seja decidida na véspera por isso a importância do debate desta quinta-feira.
CÉZAR FEITOZA / Folhapress