André Fernandes (PL) e Evandro Leitão (PT) disputam 2º turno em Fortaleza

FORTALEZA, CE (FOLHAPRESS) – Os candidatos André Fernandes (PL) e Evandro Leitão (PT) vão disputar o segundo turno das eleições em Fortaleza, quarta cidade mais populosa do Brasil, num reflexo da polarização nacional.

Com 94,73% das urnas apuradas, o candidato apoiado por Jair Bolsonaro tinha 40,33% dos votos válidos ante 34,30% do petista. Eles foram seguidos pelo atual prefeito, José Sarto (PDT), com 11,76%, e por Capitão Wagner (União Brasil), com 11,27% —os dois fizeram o segundo turno da eleição municipal de 2020.

Até a véspera da votação, o cenário estava indefinido, com possibilidade de os quatro candidatos avançarem no pleito. O resultado deste domingo representa uma derrota para o PDT de Ciro Gomes, que perdeu o comando da cidade após 12 anos (com as duas gestões de Roberto Cláudio e uma de Sarto). A capital cearense era tratada como prioridade número 1 do partido.

Fernandes, 26, é deputado federal e ex-youtuber. Da ala bolsonarista do PL, foi o deputado federal mais votado do estado em 2022.

Evandro, 57, é deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa do Ceará. Ele se filiou ao PT em dezembro (antes era do PDT e aliado de Sarto). Formado em direito e economia, é auditor concursado da secretaria estadual da Fazenda e foi presidente do time de futebol Ceará.

Com o resultado saído das urnas, haverá embate direto entre os candidatos apoiados por Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL), num ensaio para 2026. Integrantes da campanha do petista apostam que o presidente da República deverá se engajar mais na campanha.

Tanto Bolsonaro quanto Lula estiveram uma vez em Fortaleza em gesto de apoio a seus candidatos. O presidente esteve na convenção que oficializou a candidatura de Leitão no dia 3 de agosto. Já Bolsonaro participou de uma motociata com Fernandes no dia 17 de agosto.

Nas primeiras pesquisas, Leitão aparecia em quarto colocado. Para crescer na disputa, a campanha petista apostou na associação do candidato (que até dezembro era filiado ao PDT) a seus padrinhos políticos, sobretudo Lula e o ministro da Educação, Camilo Santana, que têm altos índices de aprovação no estado. Também projetava o embate direto com o deputado bolsonarista, numa tentativa de reproduzir a polarização nacional na capital cearense.

Fernandes, por sua vez, foi acusado por adversários de esconder Bolsonaro em sua campanha, diante da rejeição do ex-presidente no estado —no segundo turno de 2022, Lula ganhou dele com 58% dos votos válidos. Numa tentativa de atrair um eleitorado mais amplo, o deputado federal buscou a moderação em seus discursos e tentou afastar a imagem de bolsonarista mais radical.

VICTORIA AZEVEDO / Folhapress

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