RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Silvio Mendes (União Brasil) foi eleito prefeito de Teresina neste domingo (6), no primeiro turno das eleições municipais.
O resultado marca o retorno de Mendes, 75, ao comando da prefeitura local. Nome conhecido da política no Piauí, ele já havia vencido as eleições municipais em 2004 e 2008, à época pelo PSDB.
Com 100% das urnas apuradas, Mendes obteve 52,19% dos votos válidos, o equivalente a 239.848. A votação frustra os planos do PT, que apostava alto em governar Teresina pela primeira vez.
O deputado estadual Fábio Novo (PT) ficou em segundo lugar nas eleições. Ele somou 43,26% dos votos válidos, o equivalente a 198.794.
Ao longo da campanha, Mendes e Novo despontaram como favoritos. Eles disputaram as primeiras posições em pesquisas de intenção de voto.
Mendes usou as redes sociais para comemorar a vitória. “Hoje, nossa cidade mostrou que o amor prevalece sobre o poder, que Teresina não se vende, não se rende”, disse.
“Vamos deixar as diferenças políticas de lado, pois agora temos uma única missão: cuidar de Teresina. A partir de 1º de janeiro, nosso compromisso será com todos os teresinenses”, acrescentou a mensagem.
Mendes contou com o apoio do senador Ciro Nogueira (PP-PI), que foi ministro-chefe da Casa Civil no governo Jair Bolsonaro (PL).
O candidato do União Brasil, contudo, procurou se distanciar do rótulo de bolsonarista. A postura foi vista como uma tentativa de evitar um possível desgaste com a rejeição do ex-presidente em Teresina.
A campanha petista, por sua vez, buscou pegar carona na popularidade do governador Rafael Fonteles (PT), eleito em 2022. Também associou a imagem de Novo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Lula teve apoio expressivo do eleitorado de Teresina em 2022.
Mendes apostou em uma campanha com mensagens que remeteram à sua experiência na prefeitura. Uma das armas foi dizer que ele deixou a administração municipal com aprovação de 92%.
“Pra Teresina voltar a ser feliz” foi o lema escolhido para a chapa formada com Jeová Alencar (Republicanos), o candidato a vice.
O político do União Brasil cursou medicina, atuou como secretário municipal de Saúde de Teresina por 12 anos e concorreu a governador do Piauí em 2010 e 2022. Mendes é natural do município piauiense de Campo Maior (a 83 km da capital).
Em agenda na reta final da campanha, ele prometeu mais vagas em creches de tempo integral, mais medicamentos em unidades básicas de saúde e reforço na área de segurança pública, segundo nota divulgada em seu site.
“Isso é básico e não deve ser um favor. É um direito que todo teresinense tem e precisa ser garantido”, disse na ocasião.
O site de Mendes afirma que ele é especializado em ortopedia e traumatologia pela USP (Universidade de São Paulo). Ainda de acordo com o endereço, o político também cogitou ser caminhoneiro ou padre.
Atualmente, a administração de Teresina está nas mãos do prefeito José Pessoa Leal, o Dr. Pessoa (PRD). Ele tentou a reeleição neste ano, mas não conseguiu engrenar.
O atual prefeito ficou em terceiro lugar com apenas 2,20% dos votos válidos (10.131). Em um debate realizado em agosto, Dr. Pessoa chamou atenção no país ao agredir o adversário Francinaldo Leão (PSOL) com uma cabeçada.
Teresina teve nove candidatos a prefeito neste ano. A lista incluiu ainda Geraldo Carvalho (PSTU), Lourdes Melo (PCO), Professor Tonny (Novo), Santiago Belizario (UP) e Telsirio Alencar (Mobiliza).
LEONARDO VIECELI / Folhapress
