Eduardo Paes obtém bancada recorde na Câmara e busca refazer pontes com Cláudio Castro

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), viu ser eleita neste domingo (6) uma bancada de vereadores recorde neste século, com 16 vereadores por seu partido. Considerando sua aliança, ele tem maioria de 28 dos 51 membros da Câmara Municipal, fora aliados que estavam em coligações adversárias.

O cenário confortável de Paes teve como único revés o crescimento da bancada do PL com perfil mais ideológico. O vereador Carlos Bolsonaro (PL), com a votação recorde de mais de 130 mil votos, ajudou a sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro a obter sete cadeiras no Palácio Pedro Ernesto.

Entre os novos vereadores do PL está Diego Faro (PL), aposta do governador Cláudio Castro (PL) na eleição, com quem Paes vai tentar refazer pontes após atritos na campanha.

O PSD conseguiu a maior bancada de uma sigla já registrada desde a eleição de 2004, quando a Câmara Municipal passou a ter 51 vereadores.

Além da vitória partidária, Paes teve conquistas pessoais. Novos nomes que o prefeito lançou na política conquistaram uma cadeira, como os ex-subprefeitos Diego Vaz e Flávio Valle, além da ex-secretária Joyce Trindade, todos do PSD.

A nominata do PSD era vista como uma das mais fortes, gerando disputas internas. O peso dos candidatos ficou evidente com a votação do primeiro suplente do partido, o pastor Deangeles Percy, da Igreja Universal. Ele teve 17,8 mil votos, mais do que 17 eleitos, mas não conseguiu uma cadeira direta em razão do cálculo do quociente eleitoral -ele deve assumir o cargo, já que a tendência é de que alguns nomes da sigla sejam nomeados na gestão Paes.

A oposição mais clara a Paes deve continuar a ser exercida pelo PL, pelo PSOL (que caiu de sete para quatro representantes), e por Pedro Duarte, único eleito pelo Novo.

Na bancada bolsonarista, além de Carlos, foi reeleito o vereador Rogério Amorim, e entram na Câmara nomes como Fernando Armelau, marido da deputada Índia Armelau, vice na chapa derrotada de Alexandre Ramagem (PL).

O filho de Bolsonaro comemorou o recorde de votos, bem como o novo perfil da bancada do PL. Na legislatura passada, ele integrava o Republicanos.

“Aumentamos o número de cadeira de vereadores. Vereadores dessa vez mais alinhados conosco. Não desmerecendo as pessoas que ficaram para trás. Mas um recado muito importante para a cidade do Rio de Janeiro que se expande para o país, com o fortalecimento da direita nacional”, disse Carlos.

Um dos “puxados” por sua votação foi o vereador eleito Diego Faro, indicado de Castro que recebeu o mesmo R$ 1,8 milhão do PL para a campanha, mas obteve menos de 10% dos votos: 12 mil.

Após uma eleição na qual apostou na “estadualização” do debate, Paes deve buscar refazer pontes com o governador. Durante a campanha, ele fez críticas duras à gestão estadual, que acabou abandonada até por Ramagem na reta final.

“Minha relação com o governador continuará sendo de muito diálogo, muita parceria institucional. Não somos aliados políticos. Mas a eleição acabou ontem”, disse o prefeito à Globonews.

“Eu não queria ter trazido em momento algum o governador Cláudio Castro para o debate da eleição municipal. O problema é que ele tinha três candidatos, um oficial e dois cumprindo papel de força auxiliar. E o candidato do partido dele o tempo todo querendo dizer que o problema da violência, da falta de policiamento era da prefeitura. O processo eleitoral precisa de esclarecimento.”

ITALO NOGUEIRA / Folhapress

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