Após pedido de Lula, Anfavea anuncia retorno do Salão do Automóvel

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A Anfavea (associação de montadoras) anunciou nesta terça-feira (8) a volta do Salão do Automóvel, prevista para ocorrer em novembro de 2025. A última edição do evento foi realizada em 2018.

O anúncio foi feito pelo presidente da entidade, Márcio de Lima Leite, em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília. Segundo Leite, o retorno atendeu a uma demanda de Lula.

“O presidente Lula sempre nos desafiava e dizia: ‘Como vocês querem exportar se vocês não apresentam o que vocês sabem fazer de melhor?'”, disse o executivo.

Em abril, durante a inauguração da nova sede da Anfavea em São Paulo, Lula cobrou a volta do Salão do Automóvel. Na ocasião, o presidente também questionou a queda de produtividade da indústria automotiva nos últimos anos. “Estamos produzindo metade dos veículos que produzíamos em 2010. Quem errou?”, disse, diante de presidentes de montadoras presentes no evento.

A edição de 2025 do Salão será realizada entre os dias 22 de novembro e 1º de dezembro, em São Paulo, de acordo com Leite. A data foi escolhida para coincidir com o período do Grande Prêmio da Fórmula 1 na cidade.

Nesta terça, o presidente da Anfavea também celebrou a recuperação do setor automobilístico em 2024. “Nos últimos meses nós aumentamos em 60 mil novos empregos […]. Os nossos investimentos já ultrapassam R$ 130 bilhões, com potencial para aumentarmos ainda muito mais”, afirmou.

Leite fez referência à sanção da lei do Combustível do Futuro e disse que a “volta” do setor automotivo se dá “ainda mais verde”. “O combustível do futuro demonstra isso claramente, o compromisso que nós estamos criando, em conjunto, com o futuro da indústria automobilística no Brasil”, afirmou.

Ainda segundo o executivo, um estudo produzido pela entidade sobre a descarbonização do setor foi apresentado a Lula durante a reunião. O documento, disse, foi elaborado para a COP29, que será realizada no Azerbaijão, em novembro. “Apontamos a oportunidade do Brasil de uma redução da ordem de 400 milhões de toneladas de CO2”.

MARIANNA GUALTER / Folhapress

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