MACEIÓ, AL (FOLHAPRESS) – Equipes de resgate retomaram na manhã desta terça-feira (8) as buscas por desaparecidos após um desabamento de terra às margens do rio Solimões, no município de Manacapuru, região metropolitana de Manaus.
O desabamento destruiu parte do Porto da Terra. Um trabalho de análise da estrutura colapsada também está em curso nesta terça.
Na tarde desta terça, o Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas atualizou as informações e disse que as equipes buscam dois desaparecidos -uma menina de 6 anos e um homem de 36 anos. Inicialmente, a prefeitura havia mencionado quatro desaparecidos.
Nas redes sociais, o pai da criança, Osmar Pinheiro de Queiroz, afirmou que morava perto do porto e achava que tinha perdido todos os filhos no desastre, mas que os dois mais velhos estão a salvo.
“Perdemos nosso lar, perdemos tudo que tínhamos. A minha princesa, se Deus quiser, vão achar o corpo dela e vamos fazer um enterro digno”, lamentou.
Outras dez pessoas foram atendidas no Hospital Regional Lázaro Reis, no município, com escoriações. Duas delas seguiam internadas na tarde desta terça-feira.
No resgate estão mergulhadores e especialistas em salvamento em estruturas colapsadas que vieram de Manaus, além do apoio das polícias Civil e Militar.
O comandante-geral do Corpo de Bombeiros do Amazonas, coronel Alexandre Freitas, reiterou na tarde desta terça que as buscas seguirão até que todos sejam encontrados.
O governo federal designou uma equipe do Grupo de Apoio a Desastres (Gade), da Defesa Civil Nacional, para auxiliar a população de Manacapuru. A equipe estava em Manaus desde a semana passada, atuando no gerenciamento dos desastres ocorridos por causa da estiagem e dos incêndios florestais no Amazonas.
Segundo o governo do estado, a responsabilidade do Porto da Terra Preta é do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). O órgão do governo federal diz que administra apenas um outro trecho do porto, não o trecho atingido.
O Dnit acrescentou que está com técnicos no local para uma inspeção detalhada para avaliar a extensão dos danos e os riscos que podem comprometer a segurança da estrutura sob sua responsabilidade.
“O incidente no Porto de Terra Preta é provavelmente resultado de um fenômeno sazonal conhecido como ‘terras caídas’, comum nesta época do ano na região”, diz trecho da resposta do Dnit.
A Marinha enviou ao local um helicóptero UH-12 Esquilo, os navios de assistência hospitalar Carlos Chagas e Soares Meirelles e uma lancha de operações ribeirinhas, além de mergulhadores e fuzileiros navais. Os esforços estão concentrados em resgatar eventuais vítimas que estejam na calha do rio ou nas proximidades da margem.
A Força afirmou ainda que abrirá inquérito para apurar as causas do desabamento.
JOSUÉ SEIXAS / Folhapress