RÁDIO AO VIVO
Botão TV AO VIVO TV AO VIVO
Botão TV AO VIVO TV AO VIVO Ícone TV
RÁDIO AO VIVO Ícone Rádio

Petista espera reaproximação com PDT contra bolsonarismo no 2º turno em Fortaleza

FORTALEZA, CE (FOLHAPRESS) – Candidato à Prefeitura de Fortaleza, o petista Evandro Leitão diz esperar uma reaproximação com o PDT para fazer frente ao seu adversário no segundo turno, André Fernandes (PL), apoiado por Jair Bolsonaro (PL).

Fernandes terminou o primeiro turno à frente, com 40,2% dos votos, ante 34,3% de Leitão. Antigos aliados, PDT e PT romperam no Ceará em 2022.

Ao longo da campanha, o atual prefeito, José Sarto (PDT), fez duros ataques ao petista, que revidou.

Em entrevista à reportagem, Leitão diz que, em toda disputa, há um “acirramento natural”, mas ele avalia ser possível uma reaproximação com o PDT, partido do qual foi filiado até dezembro.

“Temos divergências, isso é fato. Mas o que acredito que possa vir a nos aproximar seria nós estarmos aí verdadeiramente fazendo um enfrentamento à extrema direita, ao fascismo, ao bolsonarismo, que quer se instalar aqui na nossa cidade”, diz.

Apoiado por Lula (PT) na capital cearense, Leitão diz que “não esconde o seu time” e provoca Fernandes: “o outro lado tem que mostrar a cara. Ele aqui é o representante do Bolsonaro na nossa capital”.

*

PERGUNTA – O sr pretende mudar a estratégia da campanha no segundo turno?

EVANDRO LEITÃO – Nós iniciamos com 5%, 6%, chegamos a quase 35%, isso demonstra que a estratégia foi correta. São duas candidaturas com projetos muito claros do que representam. A primeira representa o extremismo, o discurso de ódio, o negacionismo, o desrespeito às mulheres. Tudo o que nós sabemos que aconteceu nos quatro anos de Bolsonaro, que tem como seu principal representante no estado o André Fernandes.

A outra é o projeto que é do Lula, do Camilo [Santana], do Elmano [de Freitas], que estou representando. Que acredita no Minha Casa, Minha Vida, no Mais Médicos, no Pé de Meia, enfim, nos programas que transformaram a vida dos brasileiros e dos cearenses. Eu não escondo o meu time. Agora, o outro lado tem que mostrar a cara. Ele aqui é o representante do Bolsonaro na nossa capital, e a população precisa saber.

P – Havia uma expectativa de que o presidente Lula pudesse ter atuado mais incisivamente na campanha do sr. Acha que a ausência dele no 1º turno impactou o resultado?

EL – Lula é a maior liderança que tem nesse país. Ele só esteve em Fortaleza e em São Paulo, só tenho a agradecer. Ele virá aqui nesse próximo final de semana para nossos eventos. Temos que compreender que ele também tem suas diversas atividades institucionais.

P – O PT passou para o segundo turno somente em quatro capitais, sendo a maior delas Fortaleza. A sobrevivência do partido depende da sua eleição?

EL – Não, de forma alguma, o PT é o maior partido do nosso campo no país, tem um presidente da República, então não necessariamente… É importante passar pela quarta maior capital do país, sem sombra de dúvidas, mas o PT é para além de Fortaleza. Tem 12 anos que o PT está fora do poder municipal aqui, que não vai nem para o segundo turno na capital.

P – O sr. acha que uma vitória da direita em Fortaleza pode levar a uma nova correlação de forças no Nordeste?

EL – Fortaleza detém cerca de um terço do eleitorado do Ceará, é a quarta maior cidade do nosso país. O nosso grupo político venceu em mais de 90% das cidades do estado. A capital é extremamente importante, mas não vejo que, caso Bolsonaro ganhe aqui, dará um passo importante para vencer as eleições no estado, são coisas distintas.

P – O ex-governador Ciro Gomes disse que uma vitória na capital significa que a cidade “será administrada como subsecretaria da ditadura corrupta do PT no Ceará”. Com esse tipo de declaração, ele acaba ajudando André Fernandes?

EL – Na política, quem melhor responde por nós é a população. A população já respondeu ao Ciro em 2022, quando ele teve algo em torno de 3% dos votos. Eu não vou ficar respondendo ao Ciro porque não merece resposta esse tipo de ilação que ele faz.

P – O primeiro turno foi marcado ataques entre os candidatos. O sr. foi duramente criticado por Sarto. Diante desse clima é possível atrair o PDT?

EL – Existe um acirramento natural de toda e qualquer campanha política. Mas sempre coloco os interesses da população acima e, por isso, relevo muitas das críticas e injustiças que foram cometidas.

Não vejo maiores problemas com relação a uma aproximação, uma reaproximação. Temos divergências, isso é fato. Mas o que acredito que possa vir a nos aproximar seria nós estarmos aí verdadeiramente fazendo um enfrentamento à extrema-direita, ao fascismo, ao bolsonarismo que quer se instalar aqui na nossa cidade. Isso para nós, imagino eu que também para o PDT, partido do qual fiz parte durante muitos anos, seja mais importante do que qualquer outro tipo de sentimento que possa vir a ter.

P – O senhor tentou contato com os outros candidatos desde o resultado?

EL – Por interlocutores.

P – E como foram as conversas?

EL – Estou aguardando.

VICTORIA AZEVEDO / Folhapress

COMPARTILHAR:

Participe do grupo e receba as principais notícias de Campinas e região na palma da sua mão.

Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.

NOTÍCIAS RELACIONADAS