SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Nobel da Paz premiou, nesta sexta-feira (11), a Nihon Hidankyo, organização japonesa que representa os cerca de 300 mil sobreviventes às bombas atômicas lançadas pelos Estados Unidos sobre Hiroshima e Nagasaki e atua pela abolição desse tipo de armamento.
O reconhecimento ocorre um ano antes de as explosões completarem oito décadas e no momento em que ameaças com armas nucleares, presentes no arsenal de nove países, deixam de ser um tabu. Veja abaixo as principais reações ao anúncio.
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“[A vitória] será uma grande força para apelar ao mundo que a abolição das armas nucleares e a paz eterna podem ser alcançadas (…) As armas nucleares devem ser absolutamente abolidas”
– Toshiyuki Mimaki
copresidente da Nihon Hidankyo
“É extremamente significativo que a organização que trabalhou para abolir as armas nucleares tenha recebido o Prêmio Nobel da Paz”
– Shigeru Ishiba
primeiro-ministro do Japão
“O trabalho da Nihon Hidankyo nos lembra do custo humano devastador das armas nucleares, uma mensagem que não podemos ignorar. Em uma era em que sistemas de armas automatizados e a guerra impulsionada por inteligência artificial estão emergindo, seu apelo pelo desarmamento não é apenas histórico é uma mensagem crítica para o nosso futuro”
– Instituto de Pesquisas de Paz de Oslo
Grupo norueguês fundado em 1959
“O comitê está chamando a atenção para uma situação muito perigosa no mundo, com as relações entre China e EUA e entre Rússia e EUA as mais tóxicas desde o fim da Guerra Fria. (…) Se houver um conflito militar, há o risco de escalonar para armas nucleares”
– Dan Smith
Diretor do Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo
“Para nós, é o reconhecimento da importância das organizações populares e, em particular, dos sobreviventes de violações horríveis por seu trabalho incansável e persistente, muitas vezes longe dos holofotes e sem muito reconhecimento, com muitos obstáculos, nem sempre com uma grande quantidade de recursos à disposição”
– Ravina Shamdasani
Porta-voz do escritório de direitos humanos da onu
“Nós vimos os efeitos da bomba na Segunda Guerra Mundial. Agora temos armas que são muitas vezes mais poderosas do que as que foram usadas em Hiroshima e Nagasaki. (…) A ideia de que tal guerra possa ser travada novamente é absolutamente crítica, e é por isso que este Prêmio Nobel da Paz é tão importante hoje”
– Alessandra Vellucci
Porta-voz das Nações Unidas em Genebra
Redação / Folhapress