SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A suada vitória de virada por 2 a 1 sobre o Chile, na última quinta-feira (10), em Santiago, evitou o que seria uma situação bastante desconfortável para o Brasil nas Eliminatórias da Copa do Mundo. Mas a quarta colocação da América do Sul, com 13 pontos, três à frente do oitavo lugar (posição que não dá vaga nem na repescagem), está longe de tranquila.
A partida de terça (15) contra o Peru, por isso, é tratada como importantíssima pela comissão técnica da seleção. O jogo será realizado no estádio Mané Garrincha, em Brasília, que, como vários outros do país, não tem um histórico de apoio incondicional. O público precisa ser conquistado, algo de que estão cientes os jogadores.
“O estádio vai estar cheio. A torcida aqui enche o estádio, mas cobra bastante”, observou o meio-campista Gerson, que entrou bem no embate com o Chile e herdará no Distrito Federal a vaga do suspenso Lucas Paquetá.
Para ele, será necessário estabelecer rapidamente uma conexão com a arquibancada para evitar sustos diante de um adversário que tenta ressurgir. O Peru tinha apenas três pontos nas Eliminatórias, mas na sexta-feira surpreendeu com uma vitória sobre o Uruguai e deixou a última colocação.
“O impacto tem que ser imediato. A gente tem que trazer o torcedor para jogar junto desde o aquecimento. E, quando o juiz apitar, a gente tem que mostrar que quer ganhar o jogo. O Peru ganhou, vai vir com confiança pelo último resultado. Então, temos que implementar nosso ritmo, chamar o torcedor, mostrar um bom futebol e, se Deus quiser, conquistar a vitória”, disse Gerson.
O meio-campista atua no Brasil, no Flamengo, e também jogam no futebol do país os autores dos gols da virada sobre o Chile, Igor Jesus e Luiz Henrique, ambos do Botafogo. A presença de atletas de clubes brasileiros vem sendo forte no trabalho do técnico Dorival Júnior, que tem a busca por uma conexão com a torcida como um de seus pilares.
Ele não abriu mão, claro, dos grandes nomes que atuam na Europa -como Vinicius Junior, hoje lesionado, cotado para o prêmio de melhor do mundo. Mas faz questão sempre de apontar que está promovendo uma renovação no grupo da seleção, o que, segundo ele, traz dores de crescimento e resultados irregulares no curto prazo.
“Estávamos totalmente afastados da seleção de modo geral. Não por culpa de um ou outro, mas pelo momento do país de modo geral. É uma oportunidade de darmos as mãos e trazermos o torcedor para o nosso lado. Quando assumi a seleção, todos falavam em renovação. E, quando isso é feito, você não encontra o resultado com a mesma velocidade. No nosso país, você busca o sucesso antes do trabalho. Nunca aconteceu”, afirmou Dorival.
“Espero paciência”, disse, ao fim da dura vitória sobre o Chile, tratada com alívio, mas vista com olhares críticos -o adversário é o lanterna das Eliminatórias e vive fase horrorosa. “Vamos oscilar, não vamos ter jogos maravilhosos, mas estamos crescendo. O trabalho continua, com pés no chão, equilíbrio e apoio do torcedor. É preciso mostrar que há coisas boas acontecendo. Com resiliência, vamos todos crescer.”
Redação / Folhapress