Capital e Grande São Paulo têm 1,35 milhão de clientes sem luz 23 h após temporal

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Tão logo a tempestade atingiu a região metropolitana de São Paulo, por volta das 19h30 desta sexta-feira (11), os moradores de vários bairros ficaram no escuro com a queda de energia. Segundo a Enel, de 2,1 milhões afetados, 1,35 milhão de clientes seguem sem luz cerca de 23 horas após o temporal.

Conforme a chuva avançava, as luzes seguiam apagando. Algumas vezes, devido a quedas de árvores, que não resistiram à força do vendaval que acompanhou o temporal. Em outros lugares, no entanto, a rede elétrica não suportou a chuva e simplesmente desligou.

Segundo a Defesa Civil estadual, rajadas de 107,6 km/h em Interlagos, na zona sul, da capital foram as mais fortes já registradas desde 1995 pelo órgão. A velocidade do vento superou os 103,7 km/h de 3 de novembro do ano passado, até então a marca mais alta.

A previsão dada pela Enel de cinco horas para o restabelecimento do serviço não foi cumprida, e 20 horas depois, na tarde deste sábado (12), parte desses locais continuava às escuras, como Liberdade, na região central; Vila Romana, Pompeia, Pinheiros e Vila Anastácio, na zona oeste; e Vila Mariana, na zona sul.

Na capital, os bairros mais afetados foram Jardim São Luís, Pedreira, Campo Limpo, Jabaquara, Santo Amaro, Ipiranga, Pinheiros e Vial Andrade, segundo a Enel.

Na capital paulista, além das rajadas de 107,6 km/h, em Interlagos, houve registro de 88,9 km/h, no aeroporto Campo de Marte, em Santana, na zona norte, em seguida. Na sequência, a estação meteorológica da Lapa/Vila Leopoldina, na zona oeste, registrou 87,3 km/h, segundo a Defesa Civil estadual.

Fortes rajadas de vento também foram registradas no Aeroporto de Congonhas (78 km/h), no Campo Limpo/Capão Redondo (61,6 km/h), e em Santana/Carandiru (45,36 km/h), este às 17h10. De acordo com a Aena, o aeroporto de Congonhas teve as operações de pousos e decolagens suspensas das 19h53 às 20h12.

Na Granja Viana, o vendaval arrancou uma grande árvore perto do Alphaville da Granja, que caiu sobre a rede elétrica e atingiu um veículo que transitava pela avenida São Camilo.

Segundo a prefeitura, o volume médio de chuva na sexta-feira, de 13,3 milímetros, chegou a 11,8% dos 112,7 milímetros previstos para todo o mês de outubro.

Na manhã deste sábado, lixo, folhas e galhos se espalhavam por calçadas e vias como a 23 de Maio na altura da Liberdade e em direção à Luz, na região central.

No escuro, os moradores lotaram os canais de comunicação da concessionária Enel, que dava prazos de cerca de cinco horas para a religação.

Em nota, a companhia afirmou que 2,1 milhões de clientes tiveram o serviço afetado às 20h de sexta, e que 650 mil já tiveram o fornecimento de energia elétrica restabelecido na manhã deste sábado.

Ainda, a Enel disse que acionou um plano de contingência com 1.600 técnicos em campo, número que deve chegar a 2.500. “Em alguns locais, trechos inteiros da rede foram danificados e será preciso reconstruir quilômetros de rede, trocar postes, transformadores e outros equipamentos.”

A concessionária também disse que está disponibilizando 500 geradores para casos mais críticos e que tem dois helicópteros percorrendo as linhas de alta tensão para identificar falhas.

Já a Prefeitura de São Paulo registrou 49 ocorrências entre 19h de sexta e 7h deste sábado. Foram dez chamados sobre galhos e árvores na zona leste, 19 na zona norte, seis na zona sul e 11 na regiões central e oeste. Ainda, houve um desabamento na zona leste e outro na zona norte —que também teve um deslizamento.

Ainda, 170 semáforos estavam apagados até as 9h20, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), sendo 152 por falta de energia e 18 por falha em equipamentos.

Segundo a prefeitura, equipes das subprefeituras aguardam em 24 endereços por intervenção da Enel para seguir com trabalho de retirada de galhos e árvores.

O Corpo de Bombeiros registrou, em todo o estado, 150 chamados para queda de árvores na região metropolitana até o início da manhã deste sábado.

Abastecimento de água

O abastecimento de água também foi afetado pelo temporal em São Bernardo do Campo, São Caetano, Santo André, Cotia e Cajamar e em parte da capital, além de São Roque, Araçariguama, Boituva e Itobi. A Sabesp orienta que consumidores façam uso consciente da água armazenada. Veja a relação de locais afetados:

– Capital: Vila Formosa, Jardim São Luiz, Capão Redondo, Morumbi, Americanópolis, Vila do Encontro, Parque Bologne, Interlagos, Grajaú, Parelheiros, Sapopemba, Cursino, Jardim Marilda, Vila Clara, Vila Romana, Ipiranga, Vila Jaguara, Pirituba, Parque Anhanguera, Vila Maria e Jaraguá;

– Santo André: Vila Progresso, Miguel Ângelo, Vila Suíça, Gerassi e São Jorge;

– São Caetano do Sul: Vila Gerty;

– São Bernardo do Campo: Vila Planalto e Nova Petrópolis;

– Cotia: Jardim Atalaia;

– Cajamar: Jordanésia e Parque São Roberto.

Ainda segundo a Enel, as regiões oeste e sul da capital foram as mais atingidas, além dos municípios de Diadema, Carapicuíba, Taboão da Serra, Cotia, Osasco e Barueri.

“Técnicos da companhia seguirão atuando ao longo da noite para normalizar o serviço para os clientes que tiveram o fornecimento impactado”.

A distribuidora orienta os clientes que estão sem energia que priorizem os canais digitais para abrirem chamados. São eles:

– SMS: Envie gratuitamente um SMS do seu celular para o número 27373 com a palavra LUZ e o número da instalação que está sem energia. Exemplo: LUZ 012345678

– App Enel (disponível para iOS e Android)

– WhatsApp Elena: (21) 99601-9608

Mortes

Durante o temporal, uma árvore caiu em uma feira na rua Professor Nina Stocco, em Campo Limpo, na zona sul, atingindo duas pessoas. Uma vítima teve o óbito constatado pelo médico do Samu no local. A outra foi socorrida ao pronto-socorro da região.

Em Bauru, no interior do estado, outras três pessoas e um cachorro morreram por volta das 18h após serem atingidos por um muro que colapsou com a força do vento e da chuva no bairro Samambaia, de acordo com a Defesa Civil.

Na Grande São Paulo, uma pessoa morreu em Diadema, de acordo com a Defesa Civil, atingida por uma árvore, e outra ficou ferida por um galho. Já em Cotia, segundo o Corpo de Bombeiros, duas pessoas morreram após o desabamento de um muro. Elas chegaram a ser socorridas inconscientes e em estado grave, mas não resistiram. Uma terceira vítima sofreu escoriações e também foi atendida, mas passa bem.

CLAUDINEI QUEIROZ E LUCAS LACERDA / Folhapress

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