O que é a Unifil, missão de paz da ONU no Líbano atacada por Israel

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Unifil (Força Interina das Nações Unidas no Líbano), missão de paz da ONU composta por cerca de 10 mil militares de 50 países, vem sofrendo ataques das Forças Armadas de Israel nos últimos dias, e cinco capacetes azuis já foram feridos em bombardeios. Neste domingo (13), tanques israelenses invadiram uma base da Unifil.

Israel afirma que as tropas da ONU são usadas de escudos humanos e reféns pelo Hezbollah, grupo armado libanês apoiado pelo Irã em guerra com o Estado judeu, e o ministro da Defesa, Yoav Gallant, disse, sem apresentar provas, que combatentes da milícia utilizam bases da Unifil para lançar ataques contra território israelense.

Criada em 1978 após a invasão do Líbano por Israel no contexto da guerra civil libanesa e da atuação de milícias palestinas no sul do país, a Unifil tem como principal propósito garantir que os atores armados da região respeitem a chamada Linha Azul, demarcação da ONU para separar os territórios dos dois países, mas que não é oficialmente uma fronteira.

Com quase 50 anos de atuação, a Unifil é uma das missões de paz mais longevas da história das Nações Unidas. Entre a sua criação e julho de 2024, 326 soldados da Força foram mortos em confrontos na região. Seu orçamento é de cerca de US$ 474 milhões por ano, ou por volta de R$ 2,5 bilhões.

Como missão de paz oficial da ONU, a Unifil tem seus objetivos definidos pelo Conselho de Segurança e seu mandato é renovado anualmente, sempre a pedido de Beirute –a última renovação aconteceu em agosto deste ano, antes da invasão do Líbano por parte de Israel.

O mandato da Unifil, ou seja, os objetivos que está autorizada a cumprir, incluem assegurar a retirada de tropas israelenses do sul do Líbano, auxiliar o governo libanês a retomar o controle da região, historicamente dominada por milícias anti-Israel, garantir a integridade da Linha Azul e se certificar de que os únicos atores armados entre essa demarcação e o rio Litani, ao norte, sejam a ONU e o Exército libanês.

Os capacetes azuis só podem fazer uso da força em legítima defesa ou em uma série restrita de hipóteses, como: impedir que suas instalações sejam usadas para “atividades hostis”; proteger civis, socorristas e funcionários da ONU; garantir a liberdade de ir e vir da população da região; e reagir a tentativas violentas de impedir a missão de cumprir com seu mandato.

Os principais países que contribuem com o efetivo da Unifil são a Indonésia, a Itália, a Índia, a Malásia, a França e a Espanha. Os Estados Unidos, como principal aliado de Israel, nunca contribuíram com tropas para a missão, mas também nunca vetou seu mandato no Conselho de Segurança.

O Brasil tem 11 militares na missão de paz, de acordo com a ONU. As tropas são comandadas desde 2022 pelo general Aroldo Lázaro Sáenz, do Exército espanhol.

VICTOR LACOMBE / Folhapress

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