SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A tropa da Polícia da Polícia Militar em todo o estado de São Paulo entrou em alerta nesta terça (15) em razão aos novos ataques sofridos por policiais militares na região da Baixada Santista nesta semana.
Os policiais estão de sobreaviso nível 2, ou S2, quando podem tirar folga do trabalho, mas precisam estar prontos para assumir o serviço a qualquer momento. O S1 funciona em dias de normalidade e no S3 há a necessidade de aquartelamento do efetivo para pronta atuação.
Em uma mensagem à tropa, o comandante-geral coronel Cássio Araújo de Freitas determina medidas de segurança como bloqueio e barreiras de vias e operações presença, todas focadas no combate ao crime organizado.
“Acontece que imediatamente tomou dimensão suspeitas de se tratar de mobilização orquestrada por OrCrim [organização criminosa] e com potencial para se expandir para outras áreas, notadamente a região metropolitana da capital”, diz trecho da mensagem do comandante-geral.
Fontes da inteligência do governo paulista ouvidas pela Folha afirmam que não foi detectada uma ordem direta da cúpula da facção criminosa PCC para o ataque. Há, no entanto, mensagens interceptadas de bandidos que levaram a PM a determinar o sobreaviso por precaução.
“Não há dados de inteligência até o momento que confirmem esta hipótese, no entanto, não vamos esperar confirmação para iniciar ações imediatas e preventivas”, cita outro trecho da mensagem do comandante.
A medida acorre após ataque a uma base da Polícia Militar na Vila Zilda, periferia de Guarujá (litoral sul de São Paulo), na manhã de segunda (14). O atentado foi praticado por dois homens, cada um em uma moto. Três tiros atingiram o imóvel, mas ninguém se feriu.
Na parte da tarde, policias militares que realizavam patrulhamento em motocicletas foram alvos de tiros quando passavam pela avenida Prefeito Raphael Vitiello, na Vila Edna, também em Guarujá. Os PMs teriam visto quatro homens em atitude suspeita e decidiram abordá-los.
“Os criminosos reagiram, dispararam em direção aos policiais e fugiram”, diz trecho da nota da SSP. Os policiais não foram atingidos.
Foi em Guarujá que o soldado da Rota Patrick Bastos Reis, 30, foi morto em julho do ano passado. Na sequência, uma ação para localizar os suspeitos pelo assassinato desencadeou a Operação Escudo, em que 28 pessoas foram mortas por PMs em 40 dias em cidades da Baixada Santista.
Reis e outros três PMs da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) estavam numa viatura, patrulhando o entorno do morro da Vila Júlia quando foram surpreendidos por vários tiros.
Um deles acertou o carro, atravessou a mão do soldado Fabiano Alfaya e atingiu a parte de trás do ombro esquerdo de Reis. A bala rasgou seu tórax por dentro, alojando-se no lado direito do corpo.
Três homens foram presos suspeitos de envolvimento no crime.
ROGÉRIO PAGNAN E PAULO EDUARDO DIAS / Folhapress