‘Ninguém morre de graça’, diz réu em julgamento da chacina de Sinop

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Edgar Ricardo de Oliveira, réu pela morte de sete pessoas, incluindo uma adolescente, em Sinop (MT), afirmou, nesta terça-feira (15), no julgamento que “ninguém morre de graça”. Edgar foi flagrado com Ezequias Souza Ribeiro matando as vítimas em um bar em fevereiro de 2023.

O réu declarou que “nunca se importou com o dinheiro” dos jogos de sinuca que disputava. Ele argumentou que as competições eram um hobby para ele, que se considerava um jogador, assim como era atirar, então levava R$ 20.000 e até mesmo R$ 30.000 para os jogos e não se importava em perder valores.

Acusado reforçou por diversas vezes o argumento de que era empresário. Edgar afirmou que trabalhava na gestão de “dez, 15” obras ao mesmo tempo e voltou a rebater as informações de que a chacina teria ocorrido por causa de ele e Ezequias terem perdido a aposta da sinuca: “é tudo julgamento que estão colocando sem saber dos fatos do que aconteceu”.

“Eu não vivia do jogo. Eu tinha meu ganho fora. Era empresário. Então, nada desses fatos que dizem que ‘ai, ele só saiu matando todo mundo’. Não é assim. Ninguém morre de graça, não”, afirmou.

O preso declarou se sentir “envergonhado” por ser chamado de assaltante. O dinheiro da aposta foi roubado pela dupla após o crime. “Isso [ser chamado de ladrão] destrói o meu ego. O tanto que trabalhei na minha vida para ser um homem íntegro e mesmo assim não consegui. Eu nunca fui um bandido, nunca roubei ninguém, assaltei ninguém”, acrescentou. Ele ainda ressaltou que “nunca quis problema com ninguém jamais na vida”, trabalhou a vida toda “de sol a sol” e que nunca teve passagem pela polícia anteriormente.

RELEMBRE O CASO

Edgar é um dos autores de uma chacina que deixou sete mortos em Sinop (MT). Entre as vítimas estavam seis adultos e uma adolescente. O crime aconteceu em 22 de fevereiro de 2023.

Crime foi cometido com ajuda de Ezequias Souza Ribeiro, 27, e, segundo as autoridades, foi motivado por uma aposta de R$ 4 mil. Eles jogavam baralho e sinuca em um bar e foram “alvo de chacota” após perderem o valor, aponta a investigação. Segundo a PM, os homens deixaram o local e voltaram armados, horas depois.

Câmera de segurança gravou ação. Nas imagens, é possível ver que um dos suspeitos usou uma pistola 380 e o outro uma espingarda calibre 12 para disparar contra todos os presentes.

Os dois ficaram foragidos e Ezequias foi morto pela polícia. Edgar se entregou na delegacia.

Redação / Folhapress

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