PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) – Uma funcionária de uma creche em Presidente Kennedy (TO), a 200 km de Palmas, foi presa na quinta-feira (10) acusada de se passar por pais de alunos e colegas de trabalho para fazer pedidos de empréstimo.
De acordo com a PC-TO (Polícia Civil de Tocantins) , a mulher de 26 anos confessou que gastava o dinheiro roubado em jogos online, em sites de cassino online e roleta russa, e que também vendeu sua própria casa e carro para apostar. O prejuízo para as vítimas é superior a R$ 100 mil.
A linha de investigação da PC-TO aponta que a mulher, que não teve o nome divulgado, usava um esquema de golpes para saciar o vício em apostas.
Ela entrava em contato com pais de alunos e dizia que estava atualizando o cadastro escolar de seus filhos, e pedia o envio de uma selfie e de documentos alegando que fazia parte dos trâmites.
“Não contente em enganar os pais dos alunos, a mulher também passou a fazer o mesmo com os colegas de trabalho, sob o argumento de que precisa criar uma pasta digital dos servidores”, disse o delegado Andreson Alves, da 46ª Delegacia de Presidente Kennedy, na sexta-feira (11).
Segundo o delegado, a autora chegou a ir até a casa de algumas vítimas para fazer as fotos usando o celular da própria escola, para passar a impressão de veracidade.
Tendo acesso a informações pessoais e fotografias tiradas com câmera frontal, os pedidos fraudulentos de empréstimo para bancos digitais começaram. O dinheiro liberado era depositado em contas digitais criadas por ela, e logo transferidos para sua conta pessoal.
Contudo, segundo a polícia, esse dinheiro chegava e saía da conta direto para portais de jogos em um curto espaço de tempo. “De fato, não lhe renderam lucro algum, pois o dinheiro amealhado com os golpes era integralmente revertido para as apostas”, disse o delegado.
A cobrança bancária por um empréstimo de R$ 15 mil denunciada por uma das vítimas foi o estopim para as investigações. A polícia apurou também que a servidora contraiu uma outra dívida, de quase R$ 1 milhão, com outros pedidos de dinheiro para diferentes fontes desde 2021.
A suspeita, que é contratada da administração de Presidente Kennedy e funcionária da escola municipal, continua presa por mais de 20 acusações de estelionato, e o inquérito segue para o Ministério Público.
A Folha fez contato com a prefeitura, mas ainda não obteve resposta até a publicação deste texto.
CARLOS VILLELA / Folhapress