Knotfest chega à segunda edição e faz um panorama da música pesada no século 21

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Enquanto o fã do metal tradicional está bem atendido, com uma quantidade considerável de shows de bandas do gênero a percorrerem o Brasil, o cenário não é o mesmo para quem gosta da versão contemporânea deste tipo de música, que vem menos ao país.

Daí a importância do Knotfest, festival de música pesada que chega à segunda edição no Brasil, neste final de semana, em São Paulo, ocupando esta lacuna com dois dias de shows que dão um panorama do que aconteceu com o metal a partir do final da década de 1990.

Nada importa mais na escalação do que o Slipknot, fundamento da música pesada contemporânea com sua mistura de instrumental veloz e agressivo, scratches de hip-hop e vocal gritado, uma banda responsável por alargar as fronteiras sonoras do do gênero.

Os americanos encerram os dois dias do evento —no primeiro, fazem um show com hits dos 25 anos de carreira, e, no segundo, vestindo os macacões da época, tocam seu álbum de estreia, de 1999, um clássico que todos sonham em experimentar ao vivo. Será também uma chance de o público local ver Eloy Casagrande, ex-Sepultura, na bateria.

Dos agora longínquos primeiros anos do século 21, tocam também Mudvayne e P.O.D., representantes menores do “nu metal”, ou novo metal. As bandas têm algumas faixas interessantes, mas nada de tirar o fôlego. Daquela década vale prestar atenção no Meshuggah, que mistura metal progressivo com death e thrash, um som mais intrincado e menos visceral, mas ainda assim feroz.

É avançando para os anos 2010 que o Knotfest mostra sua vontade de arriscar. No domingo a escalação olha para o metal da geração Z, com bandas que não veem sentido em se prender aos padrões do gênero, a exemplo do Baby Metal, um liquidificador de peso e J-pop, o equivalente japonês ao K-pop da Coreia. O trio toca antes de Bad Omens, que adiciona elementos de música eletrônica e vocais radiofônicos em suas canções.

De certa forma, o Knotfest será um abre alas para outros shows que acontecem em São Paulo em novembro, Linkin Park e Bring Me the Horizon, duas bandas muito populares que ilustram como se faz música pesada no século 21, multifacetada, plural, com elementos sonoros de pop, rap e eletrônico, e desprendida da estética do preto e da iconografia de caveira cara ao heavy metal.

O Knotfest é também um contraponto ao Bangers Open Air —como passou a se chamar o Summer Breeze Brazil—, festival dedicado aos nomes mais tradicionais do heavy metal que acontece no primeiro semestre e chegará em 2025 à terceira edição no Brasil.

Por fim, o Knotfest destaca uma série de bandas brasileiras, tanto da nova geração, como o Black Pantera e seu hardcore antirracista e o Ego Kill Talent e seu apelo descolado, e outras clássicas. Aqui se incluem Ratos de Porão, o principal grupo punk do país há décadas, Krisiun, importante nome do death metal, e Korzus, com seu peso cheio de groove, bom para pular.

KNOTFEST BRASIL

– Quando 19 e 20 de outubro, a partir das 11h

– Onde Allianz Parque – Av. Francisco Matarazzo, 1705, São Paulo

– Preço Ingressos a partir de R$ 294

– Link: https://www.eventim.com.br/campaign/knotfestbrasil

JOÃO PERASSOLO / Folhapress

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