Pimentel chama Cristina de extremista e minimiza aceno de Bolsonaro a rival em Curitiba

CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) – O candidato à Prefeitura de Curitiba pelo PSD, Eduardo Pimentel, atacou sua adversária no segundo turno da disputa, Cristina Graeml (PMB), ao longo da entrevista que concedeu nesta quarta-feira (16) dentro do ciclo de sabatinas promovido por Folha e UOL. Ele também minimizou o aceno feito pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para sua rival no final do primeiro turno.

A entrevista foi conduzida por Diego Sarza, com participação de Rafael Neves, do UOL, e Fabio Victor, repórter especial da Folha.

Cristina também será sabatinada, em dia e horário a serem divulgados.

Segundo Pimentel, que é apadrinhado pelo prefeito Rafael Greca (PSD) e pelo governador Ratinho Junior (PSD), os apoios políticos agora neste segundo turno não deveriam importar. Ele defendeu que o eleitor preste mais atenção às propostas concretas de cada candidato. Na véspera do primeiro turno, Cristina exibiu um vídeo com Bolsonaro, em que ele admite torcer por ela.

“Tenho minhas posições ideológicas claras, mas, agora, o que está em jogo, é o futuro da cidade, transporte, segurança. Ideologia não coloca remédio na prateleira. Ela quer ficar nas questões ideológicas porque não tem propostas”, disse o candidato.

Pimentel tem o ex-deputado federal Paulo Martins (PL) como vice na chapa. Martins é conhecido pelas bandeiras bolsonaristas, mas sua imagem quase não foi explorada ao longo da campanha de primeiro turno.

“Me pauto sempre nos valores da família, mas quero administrar para todos. Eu não quero mudar a ideologia de ninguém. O que vale agora são as posições sobre Curitiba”, disse ele.

Pimentel também minimizou o jogo duplo de Bolsonaro. “Acho que ele deve estar satisfeito porque tem dois candidatos que trabalham por ele”, disse ele, que não quis comentar o vídeo do ex-mandatário exibido por Cristina.

O candidato do PSD também fez um aceno ao eleitor que não o escolheu no primeiro turno, argumentando que está aberto ao diálogo, ao contrário da rival, chamada por ele de “candidata extremista”.

“Por mais que tenha eleitor que não goste do meu posicionamento, ele sabe que sou aberto ao diálogo”, afirmou, ao ser questionado sobre como pretende atrair os quase 20% dos votos obtidos pelo principal candidato do campo da esquerda e da centro-esquerda, Luciano Ducci (PSB).

“Ela é uma candidata extremista, eu sou um homem de diálogo. Quero ser um prefeito para todos, sem mudar a ideologia de ninguém. Extremismo não leva a lugar nenhum”, disse ele.

Sobre o desempenho da rival nas urnas, Pimentel afirmou que “ela é forte nas redes sociais” e “fez esta votação com desinformação”.

“Ela tem uma carreira no jornalismo, que respeito, mas não conhece de administração pública. Não podemos cair nesta aventura. A gente tem que ter responsabilidade.”

Pimentel também foi questionado sobre a suposta coação de servidores da prefeitura para que houvesse colaboração financeira à sua campanha e voltou a tratar o assunto como um “fato isolado”.

Áudios vazados na última semana da campanha do primeiro turno revelaram um superintendente da prefeitura dizendo a servidores que eles precisavam comprar convites do jantar em apoio a Pimentel, que isso “já veio determinado” e “não tem como negociar”.

O superintendente não falou com a imprensa e foi demitido pela prefeitura após a repercussão do caso.

“Foi uma atitude desprezível do servidor, que foi exonerado. Enquanto isso, a candidata passa a mão na cabeça do vice”, disse ele, em referência aos processos judiciais de Jairo Filho (PMB), candidato a vice-prefeito na chapa de Cristina.

Pimentel também falou sobre propostas para a cidade. Questionado sobre o preço da tarifa do ônibus, que hoje está em R$ 6,00 e é uma das mais caras do país entre as capitais, o candidato prometeu rever o valor.

“Vou baixar a tarifa do transporte coletivo a partir da nova concessão, que será feita em setembro do ano que vem”, disse ele, acrescentando que, a partir de janeiro de 2025, caso eleito, também vai adotar a meia tarifa aos domingos e nos feriados, além da tarifa zero para quem está desempregado.

Sobre a falta de vagas em creches públicas, o candidato prometeu “zerar a fila de espera até o fim do ano”. Disse que já há recursos para construção de novas creches. Também afirmou que vai implementar um vale-creche para famílias com renda de até três salários mínimos, para que seja usado em uma creche particular que não tenha parceria com a prefeitura.

Folha, UOL e RedeTV! também promoverão debate com os candidatos à Prefeitura de São Paulo no segundo turno, Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL). O encontro está marcado para esta quinta-feira (17), às 10h20.

A ideia é que o formato seja o mesmo do encontro organizado por Folha e UOL no primeiro turno, com banco de tempo para cada candidato. Haverá blocos para perguntas entre Nunes e Boulos e também de jornalistas.

CATARINA SCORTECCI / Folhapress

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