MACEIÓ, AL (FOLHAPRESS) – A Polícia Civil do Rio Grande do Sul prendeu temporariamente Gisele Beatriz Dias, suspeita de matar suas duas filhas gêmeas em um intervalo de oito dias. O crime aconteceu no município de Igrejinha (90 km de Porto Alegre).
O pai das crianças, que vivia na mesma casa com Gisele e as filhas, esteve na delegacia e prestou depoimento. Ele não é suspeito de envolvimento caso.
Em entrevista à reportagem, o delegado regional Cléber Lima disse que a suspeita é que as crianças morreram intoxicadas por uma medicação ou um veneno. Médicos que atenderam as duas no hospital também levantaram essa hipótese.
Uma das crianças, que chamava Manoela, morreu no último dia 7. A outra, Antonia, morreu nesta terça-feira (15).
O delegado disse que não foram encontrados sinais aparentes de violência, mas que as duas apresentaram quadros semelhantes, com parada cardiorrespiratória.
O IGP (Instituto Geral de Perícias) ainda vai entregar um laudo com a causa da morte, mas não há prazo para que isso aconteça.
O delegado disse que a mãe passou cerca de 40 dias internada por causa de problemas psiquiátricos. Ela teria retornado para casa há duas semanas. Ela ainda não tem advogados.
Ainda segundo o delegado, a mulher tinha sido internada após apresentar ideias suicidas. “A Gisele apresentou um quadro de delírio, por conta de um filho assassinado há dois anos. Ela o chamava durante as madrugadas. Ela tinha a fixação de morrer e encontrar esse filho. Também não apresentava afeto em relação aos outros filhos”, afirmou ele.
O comandante do Corpo de Bombeiros Voluntários de Igrejinha, Graciano Ronnau, disse que foi o pai que acionou o socorro nos dois casos.
Por meio de nota, o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Igrejinha afirmou que não recebeu denúncias ou relatos de maus tratos envolvendo as gêmeas.
“Tomamos conhecimento da situação pela imprensa e vamos averiguar se houve, por parte do conselho tutelar, a violação do dever legal de proteger as infantes, nos termos da lei, pois não toleramos qualquer violação de direitos”, diz a nota.
JOSUÉ SEIXAS / Folhapress