SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A poucas horas do debate Folha/UOL/RedeTV!, Ricardo Nunes (MDB) desistiu de participar do confronto com Guilherme Boulos (PSOL) e citou como motivo uma reunião marcada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) na manhã desta quinta-feira (17).
Diante da desistência, Boulos será entrevistado sozinho por uma hora, às 10h20, mesmo horário previsto para o debate, o que consta nas regras estabelecidas para a realização do evento.
“Desde a tempestade de sexta-feira passada foram desmarcados diversos compromissos da campanha à reeleição, dando prioridade às urgências da prefeitura. Estão em vista os cancelamentos de outras agendas eleitorais, por conta das mudanças climáticas previstas para sexta-feira”, diz nota divulgada pela campanha de Nunes no início da madrugada.
Também em nota a campanha de Boulos reagiu à desistência: “A campanha de Guilherme Boulos reafirma o compromisso e o respeito do candidato com o povo de São Paulo, a RedeTV!, a Folha e o UOL e mantém a agenda de hoje. Na ausência de Ricardo Nunes, que fugiu mais uma vez do debate, Boulos concederá entrevista aos organizadores.”
Esta é a segunda desistência de Nunes para debates no 2º turno. Na semana passada, ele não apareceu em evento promovido em conjunto por O Globo, Valor e CBN. Na ocasião, apenas Boulos foi entrevistado.
A campanha de Nunes vinha afirmando que foram marcados muitos debates para o segundo turno e sugeriu que veículos de comunicação se reunissem em um pool para reduzir a três o número de embates. Foi o que ocorreu com o grupo Globo e agora com Folha, UOL e RedeTV!.
Nunes só compareceu a um debate neste 2º turno, justamente o organizado pela Band, sem pool. Boulos tem se referido ao adversário como “fujão”, diante da ausência do prefeito nos debates.
Na sexta-feira (11), a capital paulista foi atingida por um temporal que deixou parte da população sem energia elétrica. Nesta quarta (16), no quinto dia de apagão na região metropolitana, cerca de 74 mil imóveis continuavam sem luz, segundo balanço divulgado pela Enel.
O número chegou a 2,1 milhões de imóveis logo após o temporal. Há uma nova previsão de tempestade nesta sexta-feira (18).
O apagão roubou a cena no segundo turno da eleição, em que se desenrola um jogo de empurra entre a prefeitura, responsável pela poda das árvores, e o governo federal, responsável pela concessão da Enel, empresa responsável pela distribuição de energia elétrica na região metropolitana de São Paulo.
CRISTINA CAMARGO / Folhapress