PELOTAS, PR (FOLHAPRESS) – Familiares e amigos dos nove mortos em acidente ocorrido no último domingo (20) estão reunidos no clube Centro Português 1º de Dezembro, em Pelotas (RS), onde ocorrerá um velório coletivo. A cerimônia estava prevista para 16h, mas houve atraso na saída dos corpos de Curitiba (PR).
“Era um guri diferenciado. Talvez fosse bom demais para esse mundo mesmo”, diz Ítalo Guimarães, que carrega no pescoço a medalha de ouro conquistada pelo irmão mais novo Henry Fontoura Guimarães, 17, no Campeonato Brasileiro Unificado de Remo no último fim de semana.
No dia do acidente, Ítalo criticou a falta de recursos para que a equipe viajasse de avião para o torneio disputado no fim de semana em São Paulo.
Muitos dos presentes também usam camisetas do projeto Remar Para o Futuro, do qual os atletas participavam, e camisetas em homenagem às vítimas. Uma delegação do Grêmio Náutico União, clube de Porto Alegre tradicional na modalidade, também está no local.
Eles aguardam a chegada das urnas funerárias, que estão sendo transportadas de Curitiba (PR) pela FAB (Força Aérea Brasileira). A organização do velório informou que o avião decolou às 15h.
Ao chegar à cidade gaúcha, as urnas dos sete atletas de remo, do técnico da equipe e do motorista que dirigia a van serão conduzidos por veículos do Exército em um cortejo do aeroporto da cidade até o local do velório.
Atletas do projeto realizarão um arco com os remos para receber as urnas dos colegas.
Autoridades, como o ministro do Esporte, André Fufuca, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e a prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas (PSDB), prestarão homenagens no local.
HOMENAGENS
Vestidos com as roupas tradicionais do taekwondo, os doboks, jovens atletas do projeto social Quem Luta Não Briga, de Pelotas (RS), foram prestar homenagens no velório coletivo.
Muitos dos atletas eram colegas de escola das vítimas da tragédia, que matou sete jovens do projeto social Remar Para o Futuro, o técnico da equipe e o motorista que conduzia a van.
Os dois projetos sociais contam com os mesmos parceiros, como a prefeitura de Pelotas e a UFPel (Universidade Federal de Pelotas) para realizarem suas atividades. “Eles [atletas do remo] fizeram tudo que podiam, voaram muito alto e servem de exemplo de coragem e também pelas conquistas que tiveram, que não vão ser apagadas”, diz o professor do projeto, Lennon Marques.
O professor afirma ainda que é difícil lidar com a tragédia junto aos jovens do projeto, principalmente dias antes de uma viagem longa para uma competição.
“Daqui duas semanas, parte do nosso grupo vai ao Rio de Janeiro de ônibus. É uma realidade que a gente vive todo ano, de raramente ter um transporte um pouco melhor”, conta.
HELENA SCHUSTER / Folhapress